ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 11-02-2010.
Aos
onze dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Ana Terra
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell,
Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul,
Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João
Pancinha, Luciano Marcantônio, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Toni Proença
e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto
Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson,
Fernanda Melchionna, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador
Aldacir José Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 239/09 (Processo nº 5364/09);
e pelo vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
029/09 (Processo nº 6085/09). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
João Antonio Dib, deferido pelo senhor Presidente, solicitando o abono previsto no artigo
227, § 1º, do Regimento, para a falta de Sua Excelência na Primeira Sessão Ordinária,
no dia primeiro de fevereiro do corrente. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do
vereador Mauro Zacher (Processo nº 0456/10), deferido pelo senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, nos dias de hoje e amanhã,
no Encontro da Regional Missões da Associação dos Conselheiros e Ex-Conselheiros
Tutelares do Rio Grande do Sul ACONTURS , no Município de Ijuí RS.
Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 001/09, do vereador Jeferson Antuarte,
Presidente da Câmara Municipal de Capão do Leão RS ; 001/10, da vereadora
Nelci Elsa Kanitz, Presidenta da Câmara Municipal de Ibirubá RS ; 002/10,
do vereador José Pedro Nunes Dutra, Presidente da Câmara Municipal de Pantano Grande
RS ; 003/10, do vereador Amilton Strelow, Presidente da Câmara Municipal de
São Lourenço do Sul RS ; e 010/10, da vereadora Ivânia Maria Griebeler,
Presidenta da Câmara Municipal de Brochier RS. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os vereadores Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Maria Celeste, esta em tempo cedido
pela vereadora Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, em tempo cedido pelo vereador
Haroldo de Souza e em inscrição própria, e João Carlos Nedel. Na oportunidade, o
vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando a adoção de medidas por
parte deste Legislativo em relação a atitudes do jornalista Antonio Sacomory neste
Palácio, tendo o senhor Presidente informado que tal Requerimento seria analisado em
reunião da Mesa Diretora. Também, por solicitação do vereador Adeli Sell, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à senhora Marlene Steffen,
falecida no dia de ontem. Ainda, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 003/10
(Processo nº 0533/10), de autoria da Mesa Diretora. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo
Governo, pronunciou-se o vereador Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Luiz Braz. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores
Aldacir José Oliboni, em tempo cedido pelo vereador Carlos Todeschini, e DJ Cassiá. A
seguir, o senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário do vereador
Elias Vidal, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de
felicitações a Sua Excelência. Também, por solicitação do vereador Reginaldo Pujol,
foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao engenheiro Hamilton Rey
Filho, falecido no dia quatro de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Engenheiro Comassetto,
Ervino Besson, Reginaldo Pujol, Toni Proença e Alceu Brasinha. Na ocasião, o vereador
Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal, deferido pelo senhor Presidente, solicitando
que a homenagem póstuma anteriormente prestada ao engenheiro Hamilton Rey Filho fosse
estendida ao senhor Pedro da Silva Pereira, ex-Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto
Alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o vereador Pedro
Ruas. Em continuidade, os vereadores Toni Proença e Pedro Ruas manifestaram-se acerca do
pronunciamento do vereador Pedro Ruas em Comunicação de Líder pela oposição. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 001/10, 238, 250, 254, 256, 257, 258, 259, 262 e 253/09, este discutido
pelo vereador Reginaldo Pujol e pela vereadora Sofia Cavedon, o Substitutivo nº 02 ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 072/09, os Projetos de Resolução nos 052,
053 e 055/09, estes dois discutidos pelo vereador Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os
Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 010, 013, 014, 015, 016, 017,
011/09, discutido pelo vereador Luciano Marcantônio, e 012/09, discutido pela vereadora
Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Executivo nº 055/09, discutido pela vereadora Sofia
Cavedon. Na oportunidade, por solicitação do vereador Ervino Besson, foi realizado um
minuto de silêncio, em homenagem póstuma aos pais do senhor Lissandro César Bertaco,
servidor deste Legislativo, falecidos no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Dr. Raul. Às dezessete horas e vinte e três minutos, nada mais
havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente
Sessão, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir
Tessaro e Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu,
Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
Passamos, de imediato, a presidência dos trabalhos ao Ver. Nelcir Tessaro, Presidente
desta Casa.
(O
Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos
Requerimento do Ver. João Antonio Dib, que solicita abono de sua falta no dia 1º do
corrente, nos termos do art. 227, § 1º, do Regimento da Câmara Municipal. Está anotado
e deferido o Requerimento.
Solicito
ao Ver. Bernardino Vendruscolo que proceda à leitura do Expediente.
O
SR. 1º SECRETÁRIO (Bernardino Vendruscolo): (Lê
as proposições apresentadas à Mesa.)
Passamos
às
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores que
nos assistem, prezados ouvintes do Canal 16, sociedade porto-alegrense, Porto Alegre está
vivendo uma das suas piores crises na Saúde Pública. A política de Saúde de Porto
Alegre está profundamente enferma, pela falta de compromisso e responsabilidade da
Gestão Pública Municipal. Nesses últimos seis anos, os gestores públicos da Saúde da
Gestão Fogaça - o prezado Sr. Pedro Gus e o prezado Secretário Eliseu Santos -
realizaram uma política na contramão da política nacional que está sendo implantada
com o Sistema Único de Saúde. Os recursos públicos oriundos das três esferas - Governo
Federal, Governo Estadual e Governo Municipal... Os recursos do Governo Federal são
repassados, ordinária e diariamente, à Prefeitura de Porto Alegre e são os únicos
recursos traduzidos aqui nos extratos da Câmara de Vereadores. Os recursos do Governo do
Estado não são repassados, e o Estado já foi condenado, inclusive, por não cumprir a
Constituição Estadual. A Governadora Yeda Crusius deve para o Município de Porto Alegre
em torno de cinquenta milhões de reais pelo não repasse à Saúde Pública, e o Prefeito
Fogaça, em nenhuma ocasião, nesses seis anos e alguns meses, cobrou isso publicamente ou
os exigiu, meus prezados Vereadores, principalmente aqueles trabalhadores da Saúde,
médicos aqui presentes.
As
entidades públicas que hoje representam a Saúde em Porto Alegre estão clamando para que
esta Câmara de Vereadores analise estes fatos, que são graves. Primeiro, o fato
comprovado do desvio, nada mais, nada menos, Ver. Toni Proença, de 9,6 milhões de reais
dos cofres da Saúde, valor desviado pelo Instituto Sollus. Como diz o nobre colega Pedro
Ruas, não existe desvio ou roubo do dinheiro público se quem rouba não tiver a
conivência de quem repassa esse dinheiro, de quem está dentro do Poder Público. A
Gestão Fogaça, o Governo Fogaça precisa explicar isso para a sociedade porto-alegrense!
O
que diz o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul? E quem está falando isto não é um
Vereador de oposição, Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores! O Sindicato
Médico - Simers - tem uma campanha que está em todas as emissoras do Rio Grande do Sul,
só não está ouvindo quem não quer. Nós temos o compromisso de buscar respostas para o
que o Simers diz. (Lê.) A Secretaria da Saúde da Capital diz hoje: A
Prefeitura contratou 43 novos médicos, mas, em outubro passado, prometia admissão
de mais de cem médicos, autorizada pela Câmara de Vereadores. E agora garante:
Porto Alegre está entre as Capitais que mais investe em Saúde Pública no
País. Mas o site do Ministério da Saúde
informa que a Capital porto-alegrense está em 15º lugar em gastos, atrás do Rio Grande
do Norte e do Amapá. A Prefeitura, portanto, ainda utiliza dinheiro público para
fazer a divulgação, um programa de comunicação que é mentiroso! Quem está
denunciando isso é uma entidade da categoria do Sindicato Médico - o Sindicato do Ver.
Dr. Raul, o Sindicato do Dr. Thiago, o Sindicato do Dr. Goulart, três médicos eleitos
pela Cidade e que compõem essa categoria, que vai, alto e bom tom, dizer que a Capital de
Porto Alegre está devendo uma explicação.
E
aí quero dizer, com muita clareza, prezado Líder do Governo, Valter Nagelstein: a
explicação quem tem que trazer é o Governo Fogaça e a sua Liderança. A Bancada de
oposição e os seus Partidos, o nosso Partido dos Trabalhadores está falando, alto e bom
som: A Saúde de Porto Alegre está enferma no que diz respeito à fidelidade com
que esse serviço público deve ser tratado. A sociedade está indo às ruas para
falar sobre esse tema. Se esta Câmara não quer investigar com profundidade, a nossa
Bancada e certamente a Bancada de oposição não se responsabilizam por essas
informações equivocadas e - posso dizer aqui com tranquilidade - mentirosas que o
Município está tentando vender, ou melhor, que a gestão Fogaça está tentando vender
para a sociedade. Precisamos investigar o roubo dos 9,6 milhões da Saúde Pública do Rio
Grande do Sul, porque esse valor está fazendo falta. O Governo Fogaça diz o que agora?
Que somente um membro da família pode tirar consulta por dia nos postos de saúde. É
outra barbaridade! Quem determina quais pessoas e quais famílias podem ou não ficar
doentes? Será que é o Prefeito Fogaça que vai determinar isso agora?!
Concluo
dizendo, no nosso período de Comunicações, que a Saúde de Porto Alegre está enferma,
e nós não podemos deixar que esta Câmara também fique enferma acobertando os roubos
que estão sendo feitos na Saúde Pública de Porto Alegre. Um grande abraço!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ADELI SELL (Requerimento): Meu
caro Presidente, permita-me fazer dois Requerimentos.
Ontem,
mais uma vez, eu tive conhecimento, por dois telefonemas encordoados, de uma
ridicularização que a Câmara Municipal de Porto Alegre sofreu na TV Record, por um
sujeito chamado Sacomory. É um jornalista de quinta categoria, mau-caráter e que -
registre-se em Ata - mais uma vez invadiu o meu gabinete. No dia 1º de fevereiro, eu
estava em reunião com uma pessoa, na frente do computador, finalizando um trabalho, e ele
adentrou em meu gabinete, com a câmera ligada. A minha assessora pedia que ele esperasse,
porque queria saber qual era a pauta, o que ele queria, para poder me comunicar, uma vez
que eu estava em reunião de trabalho ao final de uma Sessão aqui da Câmara.
Eu
tenho as imagens em que fui distorcido no Natal, apareço com um volume quatro vezes maior
do que já tenho - eu sou gordinho! E todos sabem que há um preconceito grosseiro sobre a
questão da obesidade. E apareço também com o meu rosto completamente deformado, com
lábios que mais pareciam ter sido atacados por um enxame de abelhas! Quero dizer que a
minha paciência e o meu limite terminaram. Não quero tomar uma atitude isolada, mas sei
que outros Vereadores também foram ridicularizados; mais uma vez, eu fui ridicularizado:
o meu chapéu apareceu com uma auréola, com anjinhos e não sei o que mais. Primeiro,
não sou diabo - menos mal -, mas anjo ninguém é, porque são entes de outros mundos,
não é do nosso mundo.
Então,
o primeiro Requerimento que faço é no sentido de que esta Casa se dirija como
Instituição. Se não houver condições de V. Exª decidir isso ad referendum na Mesa, então que se faça uma
Reunião de Mesa, e que o senhor, respaldado pela Mesa Diretora e, quem sabe, pela voz de
outros Vereadores, possa tomar as atitudes cabíveis.
Finalmente,
quero aqui registrar, com muito pesar - este é o segundo Requerimento -, que se faça um
minuto de silêncio pela perda da Marlene Steffens, que foi uma lutadora social da Zona
Norte por longos anos; foi uma pessoa que, na Prefeitura, cuidou do Orçamento
Participativo. Então, em memória dessa lutadora, peço um minuto de silêncio.
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Primeiro,
quero me manifestar a respeito da imprensa que esteve aqui no dia 1º de fevereiro. Eu
quero dizer que esta Presidência não compactua com o que ocorreu, e nós vamos levar
este seu Requerimento à Mesa e propor uma visita da Mesa Diretora à Direção da TV,
esclarecendo e expondo que esta Casa é aberta a toda à imprensa, só que a imprensa não
pode invadir gabinetes sem a permissão dos Srs. Vereadores. A imprensa tem livre acesso
dentro das dependências comuns da Câmara de Vereadores, mas não aos gabinetes,
principalmente quando os Vereadores estão em reunião.
Solicito
um minuto de silêncio em homenagem à Srª Marlene Steffens.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoo
PR nº 003/10, de autoria da Mesa Diretora, que dispõe sobre o regime de adiantamento de
numerário a servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Secretário Bernardino, em nome de V. Exª quero
cumprimentar de uma forma muito cordial os Srs. Vereadores, as Vereadoras, funcionários
desta Casa, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara.
Em
2001 entrei nesta Casa com um Projeto de Lei que foi aprovado, criando o Conselho
Municipal de Justiça e Segurança. Houve uma ampla discussão junto à nossa comunidade
da Vila Nova em relação ao Projeto, Ver. João Antonio Dib. E lá foi construído, com a
Brigada Militar, o prédio da Consepro. Participamos, por longas horas, junto com a
comunidade e a Brigada, da construção daquele prédio. Lá se deu início a uma ampla
discussão a respeito da Segurança da nossa Cidade. Apresentei nesta Casa um Projeto, que
foi amplamente discutido e foi votado pelos Srs. Vereadores, e foi criada a Lei
Complementar nº 487, sancionada no dia 14 de janeiro de 2003. O meu Projeto é
autorizativo. Está sendo amplamente discutida a validade dos Projetos autorizativos nesta
Casa. Em parte também nós concordamos, só acho que, quando um Vereador apresenta um
Projeto, talvez ele seja autorizativo também na ideia. Que nós ampliássemos a
discussão aqui nesta Casa, juntamente com os 36 Vereadores e Vereadoras. Quando surge uma
ideia, se aprofundarmos a discussão e juntarmos a ideia dos demais Vereadores, com suas
assessorias e a comunidade, talvez consigamos ampliar o Projeto.
O
Projeto foi aprovado, mas foi vetada uma grande parte, a que criava os Fóruns Regionais
de Segurança e os Conselhos Comunitários de Justiça e Segurança, em que estavam
incluídas várias entidades envolvidas com o Projeto. A lei foi criada, grande parte do
Projeto foi vetado, mas a ideia que nasceu permaneceu. E, por uma iniciativa da Mesa
Diretora - uma brilhante iniciativa! -, foi iniciado um estudo por funcionários desta
Casa, conhecedores do assunto, pessoas competentes, eles fizeram um estudo das várias
leis criadas nesta Casa. Cito a Rosi e muitos outros funcionários que se envolveram no
estudo deste Projeto; não só deste Projeto, mas de muitos outros também, porque muitos
a Casa enxugou. Foram muitos Projetos; acho que foi uma bela iniciativa. Este Projeto,
especificamente, contou com o estudo, de forma aprofundada, de assessores e técnicos da
Casa. Também a Mesa Diretora fez parte, e cito o Sebastião Melo, na época Presidente da
Casa; o Ver. Adeli Sell, o Ver. Toni Proença; o Ver. Tessaro, atual Presidente; o Ver.
João Carlos Nedel e o querido Ver. Tarciso Flecha Negra.
E
eu tive uma surpresa agradável, pois o novo Projeto - deve estar em 2ª Sessão de Pauta,
se não me falha a memória - vem reforçado pelo Executivo Municipal. Vejam a sua
importância. E foi incluída a criação dos Conselhos e dos Fóruns Regionais de
Justiça e Segurança, que envolve a comunidade. Vejam, meus caros colegas, o Projeto que
apresentei, tendo sido vetada uma parte, foi reestudado, foi estudado pela Mesa Diretora,
pelos Vereadores, assessores e pelo Executivo Municipal. Ressalto isso porque é um belo
Projeto, trará um grande benefício para as nossas comunidades e para o trabalho dos
Vereadores desta Casa. A ideia foi amplamente discutida. Talvez o Projeto não tenha sido
aprovado na sua íntegra por ter faltado a iniciativa deste Vereador - não vou me isentar
- no sentido de estar junto com os técnicos do Executivo para aprofundar o assunto, para
colocar a ideia da montagem Projeto. Não foi aprovado na sua íntegra, tudo bem, só que
a ideia do Projeto aflorou. Parabenizo os Vereadores, a Mesa Diretora e assessoria desta
Casa. E está aí o Projeto em 2ª Sessão de Pauta. Como disse, as ideias boas, Ver.
João Antonio Dib, quando surgem, de qualquer Vereador, de qualquer Partido, nós temos
que as defender. Eu vejo que o Projeto é bom para a Cidade. E, quando é bom para a
Cidade, todos nós, Vereadores e Vereadoras, ganhamos com isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da
Verª Fernanda Melchionna.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadores, senhoras e
senhores, mais uma vez esta Casa, Ver. Adeli Sell e especialmente nosso nobre Ver.
Tarciso, foi ridicularizada por um programa de televisão. Mais uma vez se edita, conforme
interesse da matéria, para mostrar para a população de Porto Alegre que os Vereadores
não estão preocupados com os problemas da Cidade; mesmo que as nossas argumentações e
os nossos trabalhos tenham e façam um esforço para serem colocados para a Cidade,
positivamente, não é isto que tem se passado.
Há
pouco eu estive num programa de TV e fui questionada sobre o Projeto Cais do Porto. Fiz o
relato de que o nosso Presidente esteve junto com o Prefeito, em relação à lei
sancionada, e de que o processo estaria em curso numa parceria entre Prefeitura e Governo
Estadual. Enfim, fiz o relato do acontecimento do dia de ontem, especialmente
protagonizado pelo nosso Presidente. Não para a minha surpresa, recebi um e-mail de um telespectador questionando esta
Vereadora de por que, naquele momento, eu me preocupava em dar informe sobre o Projeto
Cais Mauá e não falava, naquele programa, sobre a questão da Saúde, que está um caos
na cidade de Porto Alegre. E esse telespectador falava da falta de médico no posto de
saúde, da falta de remédio e questionava o que a Câmara Municipal, o que os Vereadores
e Vereadoras desta Casa efetivamente estão fazendo. Eu, rapidamente, fiz um relato
dizendo do esforço que alguns Vereadores desta Casa têm feito no sentido de buscar, de
reconhecer a verdade sobre a questão do desvio dos recursos da Saúde para o Instituto
Sollus e do quanto é difícil, Ver. Todeschini, Ver. Oliboni, efetivamente,
sensibilizarmos os Vereadores, para, no mínimo, a abertura de uma Comissão para a
investigação desse tema.
Para
o nosso alento, a Comissão de Saúde fez uma reunião no dia 03 - e aqui já foi relatado
várias vezes -, em que tivemos a presença do representante da Drª Simone Mariano, o Dr.
Luiz Eduardo Ribeiro de Menezes, que foi questionado sobre o desvio dos recursos da
Sollus, foi questionado sobre as contas que a Sollus apresentou, foi questionado sobre as
notas frias apresentadas. E ele, ao final da audiência, Ver. João Antonio Dib, respondeu
o que eu vou ler na íntegra, porque são as notas taquigráficas da sua resposta. O Dr.
Luiz Eduardo diz o seguinte (Lê.): Gostaria de agradecer novamente a oportunidade
que esta Comissão conferiu ao Ministério Público Estadual. Respondo ao questionamento
que a Excelentíssima Verª Maria Celeste fez no tocante à postura do Ministério
Público Estadual ante uma recomendação formulada [Recomendação nº 10, de 2007] e
encaminhada ao Sr. Prefeito Municipal: eu recebo isso, Verª Maria Celeste, com extrema
preocupação. Estou sensivelmente penalizado, porque realmente não tinha conhecimento
deste documento [que é a Recomendação nº 10, que eu passei], datado de 23 de outubro
de 2007; vai fazer dois anos e meio deste documento. Realmente, nele consta que dois
Promotores de Justiça - vejam bem, não é um, são dois Promotores de Justiça,
especializados na matéria, com atribuição na Promotoria de Defesa do Patrimônio
Público de Porto Alegre - encaminharam por escrito ao Sr. Prefeito Municipal uma
recomendação advertindo que a entidade que ele estava contratando para gerir o Programa
de Saúde da Família de Porto Alegre não tinha sequer idoneidade patrimonial e
financeira para suportar os encargos inerentes a essa execução contratual. Ou seja, cabe
a nós, agora, por parte do Ministério Público Estadual... E vou levar isso
expressamente à Drª Simone Mariano da Rocha, que consulte os dois colegas.
Por
certo, alguma ação judicial, possivelmente uma Ação de Improbidade Administrativa,
deve ter sido ajuizada - pelo que me foi passado aqui, não foram atendidas às
recomendações - por conta do não atendimento de tais recomendações. Este é o
princípio basilar de que o Ministério Público não vai perder o seu tempo fazendo
recomendações à toa. Os colegas, por certo, analisaram este volumoso expediente
administrativo, que foi encaminhado a ele, por certo, pelo Conselho Municipal de Saúde, e
dali extraíram estas recomendações, que não foram atendidas. E, por conta desse não
atendimento... E há alerta aqui de que há prevenção de responsabilidades, inclusive
pessoais, Ver. Ruas, e responsabilidade pessoal implica responsabilidade civil e criminal.
Então,
eu saio daqui imbuído da missão - peço vênia,
Presidente - de levar ao conhecimento da Drª Simone Mariano essas providências, já
realizadas pela Instituição. Por certo, vamos fornecer à Comissão todas as
informações inerentes ao desdobramento desse inquérito civil - já é um inquérito
instaurado, Inquérito nº 182/07 - e da Recomendação nº 10/07. E sem prejuízo, Ver.
Ruas, ainda mais fomentado pelo documento que agora me foi passado pela Verª Maria
Celeste, da instauração da investigação criminal contra o Sr. Prefeito Municipal.
Porque aqui vejo o dolo consciente de, no caso, não atender à Lei de Licitação.
Então, isso aqui demanda, exige uma devida investigação. Agradeço a
oportunidade.
Com
a sua tolerância, trago ao Plenário o conhecimento das palavras do Promotor,
representando a Drª Simone Mariano, o Sr. Luiz Eduardo Ribeiro de Menezes, diante da
documentação que foi distribuída a esta Casa pelo Conselho Municipal de Saúde e que eu
passei em mãos para o Promotor. Portanto, Vereadores, meus queridos companheiros, colegas
aqui dos diversos Partidos, esta Casa tem de tomar posição sobre este grave
acontecimento na Saúde de Porto Alegre. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Haroldo de Souza, também falará em seu próprio tempo.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, meus
senhores, minhas senhoras, eu tenho como regra que não devemos diminuir os outros para
que nós cresçamos. O importante é realizarmos as coisas corretamente, com eficiência,
com competência e com seriedade. Agora, usar a tribuna da Câmara Municipal para dizer
que a Governadora deve 50 milhões ao Município, com relação à Saúde, é me obrigar a
repetir aqui... Inclusive, o Ver. Comassetto disse que o Estado foi condenado a pagar. Mas
quem foi condenado? O Governador Olívio Dutra, o Governador Germano Rigotto. Se a
Governadora deve alguma coisa depois dos trinta e tantos milhões que os dois Governadores
que a antecederam devem, esses trinta e tantos milhões estão nos precatórios a serem
pagos. Se a Governadora deve, não são 50 milhões! Por outro lado, quando se diz que a
Saúde em Porto Alegre é a pior do Brasil, que capitais como Manaus estão em melhores
condições que Porto Alegre, isso é negar que o próprio Partido dos Trabalhadores usava
não 15%, como diz a Constituição, na Saúde, mas 18%, 20%, e o Prefeito Fogaça
continuou fazendo a mesma coisa.
Agora,
falar sobre o desvio ou a corrupção por parte do Instituto Sollus e desconhecer que
recebemos aqui o Secretário de Gestão da Prefeitura com o Procurador-Geral, que colocou
toda a documentação à disposição da Câmara, também é um pouco discutível, no
mínimo. Um pouco discutível, no mínimo! Desconhecer que o Prefeito José Fogaça no dia
29 de abril - quando já havia tomado conhecimento de algumas notas frias apresentadas
pelo Instituto Sollus -abriu uma sindicância, chamou o Tribunal de Contas para uma
auditoria especial... A Verª Celeste nos distribuiu aqui uma ata do Conselho Municipal de
Saúde em que ele condena o Tribunal de Contas por ter auxiliado a Prefeitura a fazer o
contrato com o Instituto Sollus; ipsis litteris,
está lá. É bom ler os documentos e não apenas sair falando que está tudo errado, que
o Prefeito é culpado, que o Governador é o culpado!
E
o Presidente da República, que está em todas as televisões, em todos os jornais,
fazendo campanha para sua sucessão: será que ele deu recursos para a Prefeitura de Porto
Alegre? Vou me obrigar a dizer de novo: será que ele deu recursos para a Prefeitura de
Porto Alegre melhorar as condições da Saúde na nossa Cidade? Os números não mentem:
Fernando Henrique Cardoso, em 2002 - vou repetir -, 307 milhões de reais; o Presidente
Lula só foi superar os 307 milhões de reais no ano de 2005, quando deu 325 milhões.
Agora, se nós colocássemos apenas a correção monetária, já em 2005 ele ficou devendo
100 milhões de reais para Porto Alegre. Então, não é possível fazer Saúde sem ter
dinheiro!
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, primeiro quero
cumprimentá-lo e dizer que o admiro, porque o senhor é um verdadeiro engenheiro na
política: consegue trazer uma argumentação importante e interessante. É claro que os
menos avisados acabam concordando com a sua tese. Agora, eu quero fazer uma consideração
ao senhor: a quantia de 9,6 milhões desviada dos PSFs é dinheiro público repassado do
Governo Federal; portanto é obrigação do Governo Federal investigar esse desvio; é
obrigação da Polícia Federa investigar isso e tornar público. Segunda questão: a
Governadora Yeda colocou outdoors na Cidade toda
que mostravam que a Saúde melhorou 156% em comparação ao que estava. O senhor acredita
nisso também?
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu
não vou discutir os outdoors da Governadora,
até porque eu não os vi. Eu discuto aquilo que eu conheço; eu não falo daquilo que eu
não conheço. Eu não mudo números, eu não faço nenhuma ilação em relação a
investimentos deste ou daquele. Eu poderia dizer, por exemplo, que o Prefeito Tarso Genro
fez um contrato de um milhão de dólares com uma empresa de publicidade cujo capital
registrado era de meio dólar. E é claro que, quando eu digo isso, eu tenho a
documentação para dizer isso aí. Um milhão de dólares! Eu também poderia dizer que
ele aumentou 13.206% de suplementação no seu Gabinete para publicidade no mesmo tempo,
mas eu não vou discutir essas coisas.
Eu
quero dizer aqui é que o Presidente Lula maltratou a cidade de Porto Alegre, mandando
menos recursos e que, mais do que isso, maltratou a Saúde no País quando impediu que a
Emenda Constitucional nº 29, no ano passado, fosse regulamentada. Aliás, no ano passado,
não; no ano de 2007, especialmente no ano de 2008. Durante o ano todo de 2008, a Emenda
Constitucional esteve na Câmara Federal para ser regulamentada. O Presidente da
República impediu a votação, e o Líder do Governo - eu cansei de vê-lo na tribuna -
pedia que fosse adiada a votação dessa Emenda. Inclusive mandei, através da Câmara
Municipal, uma indicação ao Presidente Temer para que a Emenda fosse votada; ele mandou
uma resposta, dizendo que seria votada, mas, até agora, não aconteceu nada, não está
pensando em gastar 10% do que a Constituição determina para a Saúde. O Governo gasta 4%
e, às vezes, suplementa verbas em cima da verba da Saúde.
Portanto,
eu acho que não está muito correta esta colocação de Saúde e caos em Porto Alegre;
isso não se deve ao Prefeito de jeito nenhum; deve-se à falta de recursos. Ninguém faz
milagre se não há recursos; é preciso ter dinheiro, e o Governo Federal tem impedido
por todos os meios.
Mas
não era isso que eu queria falar hoje. Como eu tenho dois tempos, eu pude responder a
algumas das coisas que aqui foram colocadas, até porque eu acompanho a execução
orçamentária. Também não falei que, nos últimos dias do Governo do querido Prefeito
João Verle, ele passou a maior parte dos 34 milhões, em média, que vêm mensalmente
para o SUS, para o Hospital Conceição. Isso eu não falei, mas também poderia falar
sobre isso.
Na
verdade, eu vivi toda a vida como servidor público municipal; eu tive a oportunidade de
exercer diferentes funções na Prefeitura, eu fui Assessor Engenheiro do Prefeito Célio
Marques Fernandes e fui Assessor Engenheiro do Prefeito Telmo Thompson Flores, antes de
vir para a Câmara Municipal. Eu li o jornal que o Ver. Bernardino me trouxe, um jornal de
Porto Alegre, o Jornal da Capital, onde consta um interessante documentário, um
interessante artigo sobre o prédio da cadeia no Gasômetro, conta um pouco da sua
história e diz que um certo Engenheiro João Antonio Dib, que viria a ser Prefeito de
Porto Alegre, demoliu a cadeia. Não é bem verdade isso. O Engenheiro João Antonio Dib
demoliu, sim, as paredes da cadeia. Acontece que, naquela época, o prédio era do Estado,
e o Estado abriu uma licitação e o entregou para uma empresa fazer a demolição. Essa
empresa tirou o telhado, tirou todas as grades, as esquadrias, deixou as paredes e o muro
- tão somente as paredes e o muro. As paredes tinham um 1,10m de espessura, os tijolos
daquelas paredes pesavam 10kg cada um, e a Prefeitura foi chamada para dar fim àquelas
paredes que lá estavam enfeando muito a Cidade.
Então,
como para muitas coisas que aconteciam na Prefeitura chamavam o João Dib para que ele as
resolvesse, chamaram o João Dib; e o João Dib resolveu que iria demolir; usou dinamite,
usou trator, fez tudo o que tinha que fazer, mas demoliu paredes, e tão somente paredes,
de uma área toda cheia de caliça, considerada uma ferida em Porto Alegre por
toda a imprensa. Hoje, se o cadeião estivesse lá, seria um monumento, mas não. Na
época, o Estado era o dono, mandou demoli-lo, demoliram parte, deixaram o resto para a
Prefeitura, e a Prefeitura cumpriu a sua obrigação e assumiu a área.
Como
eu entendia que, na história, deveria ficar registrado algo daquele prédio, eu demoli
tudo menos as duas guaritas e o portão de entrada. Claro, não havia o portão; só havia
a área que caberia aos portões de ferro que ali estavam. Deixei as duas guaritas dos
guardas. Aí eu fui para o hospital e, quando eu saí do hospital, também aquilo ali
havia sido demolido. Eu não tenho culpa.
Por
outro lado, nós falamos e elogiamos a Usina do Gasômetro. Olhem, eu acho que, realmente,
a Usina do Gasômetro é uma coisa muito interessante, muito boa para a Cidade, e lamento
que não tenhamos o prédio da cadeia, porque ele teria uma utilidade imensa, como
acontece em outras cidades - em Fortaleza, por exemplo. Nós teríamos maravilhas para
colocar ali e no Centro da Cidade, ao lado da Usina do Gasômetro. Agora, a Usina do
Gasômetro está ali, porque o Prefeito Guilherme Socias Villela encaminhou o Secretário
do Governo João Antonio Dib ao Ministério de Minas e Energia para tratar da posse do
prédio, porque esse também iria ser demolido pelo fato não interessar ao Ministério de
Minas e Energia. Então esse prédio ali está, porque, em 1982, nós já tínhamos um
projeto para reutilizá-lo. Só não o fizemos, não demos início às obras, mas o
projeto estava lá, feito pelo artista José Antonio Russo, onde se previam muitas das
coisas que estão ali; só faltou, daquilo que prevíamos, um restaurante lá no alto, que
proporcionaria uma visão de todo o Guaíba e de boa parte da Cidade.
Então,
esse prédio está lá, porque o Secretário do Governo João Antonio Dib foi lá no
Ministério de Minas e Energia, conseguiu a posse, e depois o Prefeito Alceu Collares
iniciou a obra; o Partido dos Trabalhadores completou-a, e hoje aquele prédio é
realmente um patrimônio que a Cidade fica feliz por ter.
Lastimo
- volto a dizer - que nós não possamos usar aquele prédio da cadeia, mas, como coube à
Prefeitura apenas demolir as paredes, nós fizemos a nossa obrigação.
Era
isso que eu gostaria de dizer para que o nosso jornal da Capital também faça as coisas
com clareza. Assim como o Ver. Adeli Sell reclamou da TV Record, eu também reclamo. Acho
que nós, Vereadores, não ficamos olhando o que fazem os jornalistas. Jornalistas têm
liberdade de imprensa, e nós temos o dever de representar o povo. Pode esse jovem
Sacomory ter a convicção de que nós não queremos tirar a sua liberdade, mas ele
deveria ser mais sério e mais responsável, com certeza. Ele pode aprender com os
Vereadores, pois temos responsabilidade, seriedade e tratamos os problemas de Porto Alegre
com o carinho e a seriedade com que eles precisam ser tratados. Portanto, um conselho ao
jovem: preocupe-se menos em ser agressivo e mais em ser verdadeiro. Com relação à
imprensa, a maior definição que eu vi de imprensa é de Randolph Hearst:
Imprensa é a pesquisa da verdade. E o jornalista não pesquisou a verdade.
Por isso, Sr. Presidente, é que eu fiz um Requerimento de abono de falta, documentei,
porque, naquele dia, eu estava aqui até as 13h, depois não consegui aguentar. Todo o
mundo sabe que eu venho todos os dias à Câmara, não falto nunca. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, prezados assistentes da nossa Sessão Ordinária, o Ver.
Bernardino diz que queria uma oportunidade para um aparte, mas, antes, eu quero lhe dar
uma boa notícia: amanhã, Ver. Bernardino, na região onde V. Exª trabalha bastante, lá
na Vila Orfanatrófio, a Prefeitura vai entregar 37 registros aos moradores, registros
individuais dos seus lotes para registro no cartório de imóveis. A Prefeitura já
registrou 272 matrículas dos moradores da Vila Orfanotrófio I, onde V. Exª tem grande
atuação.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, primeiro,
parece-me que é hoje, não amanhã. Eu pediria que V. Exª confirmasse.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: É
amanhã, às 11h.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: Eu
lhe pedi o aparte para, primeiro, dizer ao Ver. João Antonio Dib que, quando li aquela
reportagem no Jornal da Capital, a li de forma carinhosa e trouxe a cópia. Então, não
foi no sentido de fazer uma crítica; pelo contrário, foi no sentido de valorizar a sua
história. Gostaria de dizer ao Vereador que, com certeza, se fosse hoje, qualquer um de
nós, e o próprio Ver. João Antonio Dib, não teríamos aceitado a demolição daquele
imóvel, que tinha todas essas características. Muito obrigado pelo aparte.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sou
um Vereador otimista e quero agradecer os Srs. Vereadores pela aprovação ontem do marco
regulatório do turismo aquaviário, que realmente é um marco para se desenvolver o
turismo no nosso lago Guaíba. Quero também dizer que o Secretário Luiz Fernando Moraes
esteve nesta Casa para agradecer aos Srs. Vereadores, porque este é um passo importante
para que seja regulamentado este assunto, e este deve ser um passo muito forte e muito
firme no turismo aquaviário, que se constitui numa preocupação até do Ministério
Público, uma vez que os detentores dos barcos, proprietários dos barcos, não estavam se
entendendo lá. Então é necessária uma regulamentação da Prefeitura.
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, quero
cumprimentá-lo e dizer, sobre o debate que fizemos ontem - inclusive eu fui um dos
críticos ao conteúdo do projeto -, que votei favoravelmente ao tema, pois entendo que
ele é importante, mas faço uma sugestão ao senhor, Presidente da Frente Parlamentar
pelo Turismo, no sentido de que possamos realizar um debate com profundidade, convidando o
Secretário Municipal da Saúde e mais as entidades, pois, em 90 dias, tem que haver a
regulamentação, e que possamos ajudar a construir todos aqueles temas que não vieram no
projeto - e eu entendo que já deveria haver alguns. Então a minha sugestão é que
possamos convidar o Secretário para fazer um debate sobre o tema do turismo aquaviário.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu
aceito a sua solicitação e assumo o compromisso com V. Exª no sentido de pedir ao Sr.
Secretário que, quando houver um esboço do decreto, venha debater com os Srs. Vereadores
com muita honra.
Também
gostaria de registrar uma notícia muito boa: o nosso Presidente entregou o Projeto do
Cais do Porto, aprovado nesta Casa, para a sanção do Sr. Prefeito. Isso é importante,
porque será a grande atração turística de Porto Alegre a revitalização do nosso Cais
do Porto, e o importante é que quem irá aproveitar realmente a revitalização do nosso
Cais do Porto é a nossa população, ou seja, 1,4 milhões habitantes. Então essas são
duas notícias importantes para a nossa Cidade.
Tenho
acompanhado e andado muito pela nossa Cidade e constatei várias obras do DEP na
recuperação dos taludes do Arroio Dilúvio, de obras contra inundações e alagamentos
no Arroio do Salso, no bairro Santa Isabel, na região da Rua Santa Teresinha e várias
reformas de casas de máquinas. É muito importante que essas obras sejam feitas agora, no
verão, para que tenhamos o seu efeito bom durante o inverno.
Também
noticiou-se que será liberada, na próxima semana, após o carnaval, a extensão da Rua
Coronel Bordini, entre a Casemiro e a Vicente da Fontoura, na região onde resido, e essa
será uma importante obra viária para a nossa Cidade.
Hoje
o Diário Oficial nos informa que a Prefeitura está com quatro vans trabalhando na Operação Tapa-Buracos, pois
realmente essas chuvas que tivemos agrediram a pavimentação da nossa Cidade, e a
Prefeitura está efetivamente trabalhando nisso.
Hoje,
pela manhã, eu estive no Bairro Humaitá e vi o DMLU limpando as ruas, capinando,
efetuando a varrição, cortando grama e constatei com muita alegria os trabalhos de
revitalização, de modernização do Parque Mascarenhas de Morais, um grande parque de
nossa Cidade que está sendo revitalizado e que será, em breve, entregue à nossa
Capital.
Apesar
de ser otimista, tenho algumas tristezas: uma é ver a quantidade de lixo que está
depositado em algumas ruas do bairro Humaitá; e não são carroceiros, mas, sim,
caminhões de empresas que depositam o seu lixo lá. O DMLU se esforça, mas a população
tem que ajudar. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro):
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Ver. Bernardino Vendruscolo, Secretário da Mesa;
nobres colegas Vereadores; senhoras e senhores; meu companheiro de desafio de jornada,
Ver. DJ Cassiá, nosso Vice-Líder, esta tarefa de Lideranças, Srs. Vereadores, implica,
como nós sabemos, mas às vezes quem nos ouve e nos acompanha em casa não sabe,
recebermos os projetos que vêm do Executivo, conhecermos os projetos que tramitam no
Legislativo e dar ciências desses ao Executivo; propor a priorização, como bem sabem os
colegas, o que ocorre na nossa reunião de Mesa e Líderes, construir junto com os demais
Vereadores; incluída na Ordem do Dia, fazermos as cópias e distribuí-las aos colegas,
conversar com cada um, dando informações a respeito desses projetos, e, para tanto, é
preciso que o Vereador que está nessa função estude anteriormente esses projetos, se
prepare para instruir os demais colegas, os Pares; e, por último, subir à tribuna, se
for o caso, mas desde o primeiro momento, nas Comissões, fazer a defesa do projeto.
Essa
é uma parte da tarefa daquele que, circunstancialmente, exerce a Liderança do Governo, e
essa tarefa tem sido um desafio; um desafio pela qualidade e pelo aguerrimento
da oposição pela sabida experiência que o Partido dos Trabalhadores - e agora é
importante o exercício desta função do sistema, do regime, que é o papel da
oposição, e tem sido difícil também, porque o Governo, nesse aspecto, vai muito bem. O
Governo é pródigo na construção de leis e no envio desses projetos de lei ao
Legislativo. Isso é muito bom. Isso nos sinaliza o seguinte: o respeito ao Estado
Democrático de Direito, às instituições, porque a lei é um planejamento de um
programa, trazer ao mundo real a efetivação de uma política, e isso, no nosso sistema
jurídico brasileiro, legal, se faz através de projetos de lei e se dá clareza à forma
como se governa. E é isso que nós fazemos aqui também. Então, o Governo, nesse
aspecto, tem sido bom.
Ver.
Luiz Braz, há áreas do Governo que não vão bem, não deste Governo, de qualquer
Governo. E aí, aos Vereadores que compõem a base não cabe só e tão somente a tarefa
de fazer a defesa, que é uma parcela, mas também a de exercer o seu compromisso com a
cidadania, que é apontar, aqui ou acolá, onde está errado e, de forma responsável,
auxiliar o Executivo e ir ao encontro da concepção daquilo que é missão e tarefa do
Vereador, que é trabalhar pela cidadania e pelo bem da Cidade; não é pelo Partido
político A, B, mas é pelo fim e pelo propósito último e finalístico da política. E
isso nós temos feito, que não é invadir seara do Vereador A do PMDB. E,
aliás, aqui mando um abraço ao nosso companheiro Ernesto Teixeira, Secretário, pelas
obras que tem feito no DEP. Mas isso não é invadir uma área aqui, uma área lá, não
é, é simplesmente auxiliar o Executivo no aperfeiçoamento de uma área ou de outra e,
mais do que isso, é o cumprimento da tarefa, do dever, naquilo que é dever do Vereador,
como bem ensina um livrinho pequeno, mas grande em conteúdo, que o Ver. João Dib me
alcançou, com que me presenteou aqui, na sua generosidade, no primeiro dia do meu mandato
na Câmara - O Poder do Vereador. E ali nós descobrimos o que nós devemos
fazer. E nós temos o dever de fazer isto, trabalhar pela população.
Então,
eu quero dizer aos Vereadores da oposição que nós estamos aqui, permanente e
diligentemente, todos os dias, fazendo o nosso trabalho e cobrando das áreas. Agora, o
que nós não podemos desconhecer, porque ingênuos não somos, é que uma CPI, como quer,
de forma tão forte, insistente, candente, a oposição, só serve a um propósito neste
momento. E é por isso que essa CPI não pode prosperar, porque ela tem o propósito da
exploração política; se melhorasse, se resolvesse, mas ela tem - volto a dizer - a
tarefa, neste momento, de causar uma grande confusão.
Então,
eu quero dizer à população de Porto Alegre que cada um dos Vereadores, de todos os
Partidos, não sofre de acomodação, não sofre de mordaça! Ninguém aqui é Vereador
que não possa se manifestar, que não se manifeste, que não cobre os Secretários e que
não esteja trabalhando para que o serviço público atenda o cidadão da forma como tem
de ser atendido, porque paga imposto, porque movimenta a sociedade e porque tem direitos
assim como também tem deveres, como nos lembra sempre o Ver. João Dib.
Então,
nós estamos fazendo a nossa parte; nós não estamos acobertando nada, nós estamos, sim,
trabalhando, Srs. Vereadores.
População
de Porto Alegre, dia a dia estamos fazendo Pedido de Providências, Pedido de
Informações, quando é o caso, ligando para os Secretários, passando e-mails, pedindo conserto de iluminação, capina
de praça, Posto de Saúde que tenha mais médico, fazendo tudo o que está ao nosso
alcance, propondo leis e trabalhando com leis que venham ao encontro do desenvolvimento da
Cidade e da melhoria da qualidade de vida do nosso cidadão.
Essa
tem sido a tarefa de todos os Vereadores que têm apoiado o Prefeito José Fogaça no seu
Projeto de sucesso e de êxito que tem liderado a nossa Porto Alegre. Muito obrigado, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, eu estou seriamente preocupado com a nossa democracia, e, quando falo em
democracia, estou colocando a palavra entre aspas, porque, na verdade, eu
acredito mais que nós vivemos um momento de ditadura, porque a democracia precisa da
independência dos poderes; sem independência dos poderes, não temos democracia. Os
nossos poderes, se os senhores vislumbrarem, atentarem, examinarem, vão notar que não
estão nada independentes.
O
Presidente da República tirou a independência do Legislativo. O nosso Legislativo,
infelizmente, é uma vergonha para a nossa sociedade, pois ele está a reboque do
Presidente da República; ele não é independente.
O
nosso Judiciário, eu gostaria que fosse um poder em que todos nós pudéssemos confiar,
porque, afinal de contas, quando temos qualquer tipo de pendência com relação aos
nossos direitos, nós apelamos a esse Judiciário. Aí nós vamos ver o seguinte: o
Supremo Tribunal Federal já tem mais de seis Ministros indicados pelo Sr. Presidente da
República. Num total de 11, significa que o Supremo Tribunal Federal está, Ver. João
Dib, completamente dominado pelo Sr. Presidente da República e faz exatamente o que o
Presidente quer. Se formos ver os outros tribunais superiores - na sua maioria, não na
sua totalidade - eles estão a reboque também do Sr. Presidente da República. Ora, o que
sobra? Nós pensávamos que estivesse sobrando a possibilidade de as pessoas externarem
suas opiniões e de poderem ser respeitadas ao externarem suas opiniões. Mas o que nós
vimos - e eu sinto muito que esta Casa ainda não tenha comentado; pelo menos eu não ouvi
comentários a esse respeito -, quando um general expôs a sua opinião com relação à
chamada Comissão da Verdade, é que essa Comissão da Verdade
gerou uma das maiores vergonhas por que a nossa sociedade pôde passar, e está passando,
em toda a sua história, porque ela é responsável por esse processo de anistia, e esse
processo de anistia acabou roubando a nossa sociedade e dando a algumas pessoas milhões
de reais, sem que essas pessoas fizessem absolutamente nada, sem que elas precisassem
pagar imposto de renda, sem que elas precisassem prestar qualquer serviço à sociedade;
simplesmente, porque elas, de acordo com a história, estiveram, Ver. João Dib, à frente
daquela chamada Revolução de 64; o golpe, não é, Vereador? Milhares de
pessoas saqueiam o País através dessa Lei da Anistia. E o General que ousou falar com
relação a essa Comissão da Verdade, simplesmente foi exonerado.
Eu
quero comparar o que está acontecendo com esse General ao que aconteceu com alguns
jornalistas, não só aqui no Rio Grande do Sul, mas em vários locais do Brasil;
jornalistas que ousaram ter uma opinião diferente com relação ao Partido que domina a
nossa República: eles simplesmente deixaram de existir como profissionais ligados aos
seus órgãos de imprensa. E não foi só aqui: em São Paulo aconteceu, no Rio de
Janeiro, e pelo Brasil todo.
Então,
quando essas pessoas vêm à tribuna falar sobre democracia, defendendo um determinado
Partido político, que agora também quer dominar o nosso Estado e a nossa Cidade, eu,
realmente, acho que a sociedade precisa começar a rever o conceito dessa palavra -
democracia -, porque, afinal de contas, esse tal de Partido político, cujo nome não
estou dizendo, está nos levando para uma grande ditadura, uma infeliz ditadura, por causa
da qual, eu tenho certeza absoluta, o povo vai chorar.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos
ao
O
Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, Vereadoras e público que acompanha a
nossa Sessão de hoje, com certeza, o Governo Lula incomoda muita gente! O Governo Lula
incomoda muita gente! Não é por acaso que o próprio Presidente Lula tem ido a inúmeras
inaugurações de obras em todo o País e tem percebido que existem grandes placas, outdoors de Governos Municipais e Estaduais e nada
do Governo Federal, e nem por isso o Lula ficou indignado. Ele achou bom que estão
acontecendo essas obras para o País, para que as pessoas possam, na verdade, ter acesso a
determinados programas que são de fundamental importância. Não é por acaso, Ver. João
Antonio Dib, que o seu Partido, o PP, também faz parte do Governo Lula, com o Márcio
Fortes no Ministério das Cidades. Portanto, aqueles que criticam o Governo Lula, mas
fazem parte dele, não têm muita coerência.
Nós
teríamos que ter muito mais coerência, Ver. Nagelstein, quando fazemos uma crítica ao
Governo Lula, ao qual o seu Partido está indicando uma Vice-Presidência. Se cabe para
nós uma explicação, cabe muito mais para aqueles que fazem oposição ao Governo Lula,
mas que, aqui, no discurso, têm ou tentam ter outro lado. Para nós, petistas, incomoda
muito mais, sim, o Governo do PMDB ou o próprio PMDB quando diz, através do Senador
Pedro Simon, ou até mesmo do Prefeito Fogaça, que decidiu subir ao palanque da Dilma,
mas logo ali, no Palácio Piratini, fica ao lado da Governadora Yeda, apoiando ou
impedindo uma CPI para uma possível transparência para todo o Estado do Rio Grande do
Sul. Portanto, é preciso que os Partidos tenham coerência, e que nós, Parlamentares,
sigamos nessa mesma linha.
Tanto
é verdade que o Governo Lula incomoda muita gente, pois alguns programas são de extrema
importância. Posso citar alguns deles aqui, como o Programa elaborado pelo MEC, de
expansão das Escolas Técnicas em todo o Brasil: mais de 350 escolas serão inauguradas
até o final de 2010, este ano; mais de 500 mil matrículas serão efetivadas para cursos
técnicos, e, somente aqui no Rio Grande do Sul, há poucos dias foram liberados 38
milhões de reais para a reforma de Escolas Técnicas - inclusive, muitas delas não são
federais: são estaduais. Alguns dias depois desse anúncio, a Governadora do Estado, Yeda
Crusius, anunciou o Programa de reforma de Escolas Técnicas, mas faltou dizer que é em
parceria com o Governo Federal.
Quando
nós percebemos que o Governo Federal tem, sim, sido solidário, Ver. João Antonio Dib,
às necessidades e aos problemas do Rio Grande do Sul, muitos não percebem esse gesto de
grandeza, não só da Ministra Dilma, mas mais precisamente do próprio Lula, que se tem
pronunciado sobre isso em inúmeras visitas que fez aqui no Rio Grande do Sul. Portanto,
não podemos nos esquecer desse gesto solidário. Imaginem aqueles que aqui me ouvem, o
que significará, para o Rio Grande, a Ministra Dilma sendo Presidenta! Uma das coisas
mais elementares, eu diria, e mais importantes, será o quanto irá crescer o Estado e o
quanto terão de oportunidade os Prefeitos e o próprio Governador, seja ele quem for,
para poderem sanar os problemas do Rio Grande e tirá-lo desse marasmo político, até
mesmo ideológico, Ver. João Antonio Dib, que, muitas vezes, muitos tentam enfocar nas
suas tribunas.
Portanto,
é de extrema importância que, neste início da minha fala em Grande Expediente, nós
registremos a grande importância do Governo Lula em relação aos programas e às
necessidades do Estado do Rio Grande do Sul.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir José Oliboni, acho
que o Governo Lula fez uma coisa extraordinária: a implantação de mais e mais Escolas
Técnicas. Isso é o que outros Governos deveriam ter feito, porque o que nós precisamos,
realmente, não é de tantas faculdades, de tantas universidades, pois o mercado já está
saturado para certas especialidades das diferentes universidades e faculdades. Portanto,
tenho todo o aplauso para ele. Espero que, agora, nos próximos dias, entrando aqui o
Projeto de Lei que vai autorizar a doação do terreno para o Partenon, lá onde V. Exª
é xerife - e muito bom xerife, diga-se de passagem -, consigamos aprovar com celeridade o
Projeto, para que possa sair mais uma Escola Técnica em Porto Alegre - a outra já está
sendo iniciada. Saúde e PAZ!
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado,
Ver. João Antonio Dib. Para fechar este assunto das Escolas Técnicas, com certeza,
merece a nossa saudação o Ver. Newton Braga Rosa, que, junto com a Comissão, este
Parlamentar e outros Vereadores, está trabalhando pela cedência desse terreno da área
próxima ao Carrefour, no Partenon, onde será implementada a nossa escola da Região
Leste de Porto Alegre. Espero que, nesses próximos dias, saia a informação definitiva
do Governo Municipal.
Quero
aqui também falar sobre a Saúde, e o que nos preocupa muito é a forma como o Governo
Municipal vai devolver os nove milhões de reais do caso Sollus. A população está
sabendo, os jornais têm pautado o assunto diariamente, esse desvio promovido. É clara,
precisa a denúncia do Ministério Público, pelo encaminhamento do Conselho Municipal de
Saúde, de que foram desviados nove milhões de reais; 9,6 milhões, corrige-me o Ver.
Carlos Todeschini. Mas imagina-se que há muito mais dinheiro nessa parada.
O
Ver. Carlos Todeschini falou na última reunião, e encaminhou um Pedido de Informações
ao Governo nesse sentido, que inúmeras rescisões foram bancadas pelo Governo Municipal e
outros serviços. Então, é oportuno, é salutar - e eu agradeço pelo apoio dos nobres
membros da Comissão de Saúde - que nas duas primeiras reuniões no início de março
nós voltemos a pautar esse assunto, trazendo todos os órgãos que foram citados, e
alguns inclusive já estiveram presentes na última reunião.
Faço
aqui dois registros que são importantíssimos, o Governo Municipal, por meio do
Secretário Clovis Magalhães, aqui neste Plenário, disse que, ao saber dessas possíveis
irregularidades, registradas ou constatadas na auditoria feita pelo Governo, imediatamente
teria tomado as providências. Eles teriam tomado providências. Eu tenho um Ofício, se
os senhores me permitem ler, que vai dizer exatamente quem fez a denúncia e como foi que
o Ministério Público Estadual a encaminhou. Portanto, nós recebemos, no dia seguinte à
nossa reunião da Comissão de Saúde, no dia 4 de fevereiro de 2010, um Ofício do
Procurador de Justiça Luiz Eduardo Ribeiro Menezes, que tem o seguinte teor (Lê.):
Sr. Vereador, em atenção ao solicitado durante a reunião da Comissão de Saúde e
Meio Ambiente (COSMAM), realizada na data de hoje, informo a V. Exª que as
representações encaminhadas pelo Conselho Municipal de Saúde ao Ministério Público
Estadual é que deram origem ao Inquérito Civil PJDPP nº 182/2007, que versa sobre
possíveis irregularidades no Termo de Parceria firmado entre o Município de Porto Alegre
e o Instituto Sollus....
Portanto,
não foi verdade o que o Secretário Clovis Magalhães disse aqui, de que foi iniciativa
do Governo Municipal ter feito a investigação. Não foi! Foi do Conselho Municipal de
Saúde, o qual fez a denúncia. E aqui está a comprovação do Ministério Público
Estadual, através do Procurador Luiz Eduardo Ribeiro Menezes. Portanto, nós temos que
ser mais coerentes. Nós queremos saber, Ver. Carlos Todeschini, quem e quando o Governo
vai devolver, ou a Sollus vai devolver, os 9,6 milhões de reais aos cofres públicos.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni.
Corroborando a sua manifestação, está claro, está evidente que o Governo não é
vítima nem de um funcionário qualquer, como tem alegado sistematicamente, nem foi
logrado por um Secretário. O Governo, o Prefeito, foi notificado pessoalmente, e há dois
anos tem conhecimento de todos os atos desse contrato. Esse era um contrato temerário,
contra o interesse público, e lesou os cofres públicos. O nosso Pedido de Informações
vai no sentido de que é necessário saber que não foram só os 9,6 milhões que foram
desviados - elemento que já está bastante consolidado -, mas também há o fato de que
todas as indenizações trabalhistas pagas ao final do contrato aumentam muito mais o
rombo contra o Município de Porto Alegre. Há responsáveis, e o Prefeito sabe de tudo.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir José Oliboni, um dos
Secretários, na oportunidade, deixou claro aqui - eu não sei se são nove milhões e
seiscentos mil reais, antes eram sete, agora são nove; tudo bem, não faz diferença pra
mim - que serão inscritos em Dívida Ativa assim que for possível. Não há problema. A
Prefeitura vai buscar os recursos de volta.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI:
Eu espero que seja, Ver. João Antonio Dib, o mais rápido possível. Por outro lado,
quero dar mais uma informação: a Comissão de Saúde e Meio Ambiente pediu acesso ao
inquérito, tanto para a Polícia Federal como também para o Ministério Público
Federal. E a Polícia Federal mandou o seguinte Ofício à Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, datado de 29 de janeiro de 2010, endereçado a mim, como Presidente da Comissão
(Lê.): Sr. Vereador, serve o presente expediente para notificar V. Exª do
recebimento do requerimento de vossa lavra, visando ao acesso dos autos do Inquérito
Policial da Polícia Federal nº 010/2010, o qual foi instaurado para apurar possíveis
ocorrências de fraude e desvio de verba pública federal destinada a atender o Programa
de Saúde da Família gerido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, bem como comunicar
que a presente investigação tramita em segredo de justiça, razão pela qual esta
autoridade policial fica impedida de prestar informações mais específicas sobre a
apuração ou mesmo conceder vista aos autos do referido caderno apuratório, sugerindo a
V. Exª que encaminhe vossa solicitação ao Sr. Juiz Federal Sebastião Muniz, magistrado
competente para apreciar a referida pretensão. A Comissão de Saúde e Meio
Ambiente já fez esse ofício, e, portanto, com certeza, nós, enquanto Vereadores da
Comissão de Saúde, teremos essa reunião com o Juiz Federal Sebastião Muniz para obter,
então, o detalhamento desse processo investigatório que ocorre no Programa de Saúde da
Família em Porto Alegre, mais precisamente com a empresa, com a OSCIP, que foi retirada,
que foi banida, que foi demitida, com certeza, muito tarde, pois isso deveria ter sido
feito muito antes, em função das irregularidades cometidas no Programa de Saúde da
Família em Porto Alegre.
Ontem,
eu frisava aqui - e faço questão de relembrar - que muitas vezes nós ficamos impotentes
e indignados. Ninguém quer incriminar nenhum Vereador aqui; o que nós queremos é a
verdade. E, às vezes, entre 36 Vereadores, não se tem o respaldo de 12 deles para fazer
uma investigação dessa natureza. O que todos querem aqui, possivelmente, é a
devolução desse recurso e que o Governo tenha como lição não ter mais esse descuido
tão primário que o Secretário de Saúde teve ao não fazer uma licitação, apesar de o
Secretário ter dito que tenha feito ao convidar três, quatro empresas. Mas foi uma
licitação tão fajuta que fica até mal nós dizermos que houve licitação. Então,
isso é ruim para Porto Alegre, é ruim para nós, Vereadores, é ruim até virmos para a
tribuna e defendermos um Secretário que teve uma atitude de tamanha ingenuidade. Nós,
muitas vezes, pedimos a cabeça do Secretário, e ele talvez seja até uma pessoa boa,
mas, administrativamente, ele é muito ruim! Há informações de que ele, ao retornar de
suas férias, estaria saindo da Secretaria; e eu diria que ele já está saindo tarde
demais! Eu até diria ao Professor Eliseu Santos: saia para não prejudicar o Governo
Fortunati - daqui a pouco será Governo Fortunati, não será mais Governo Fogaça! Saia!
Saia logo, deixe os demais - muitos deles têm credibilidade - governar a nossa cidade.
Nós, enquanto Vereadores, queremos contribuir com a Cidade, queremos que se aumente, que
se expanda o Programa de Saúde da Família, e que a população tenha acesso à saúde
para que as emergências não continuem lotadas; enquanto isso, os gestores e os
prestadores ficam brigando, como se os pacientes não fossem nada. Nós queremos, sim, é
mais dignidade, que a população tenha acesso ao serviço de saúde e que os Governos
sejam mais transparentes.
Portanto,
eu agradeço pela atenção e espero que o Governo tenha uma atitude ousada, tirando os
maus elementos e ficando com os bons elementos para governar a Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O
Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. DJ CASSIÁ:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, imprensa. Ver. Carlos
Todeschini, do qual tenho a honra e o prazer de ser colega aqui, respeito V. Exª pelo
trabalho, pela dignidade, pelo homem digno e público que o senhor é. Quero dizer ao
senhor que eu venho lá do gueto, continuo no gueto, e para quem vive e viveu no gueto, a
honra, a palavra e a lealdade é o que nos preenche. Eu tenho orgulho disto. Quero
aproveitar e agradecer ao Governo Municipal, à base, ao meu Líder, ao meu Partido, por
me concederem a oportunidade de ser o Vice-Líder do Governo nesta Casa, que para mim é
um grande orgulho também. Um grande orgulho, porque esta Casa é exemplo para o Brasil.
Nós, aqui, divergimos, e temos que divergir, porque estamos num Parlamento. O Parlamento
foi criado para divergir, senão não teria por que ter Parlamento. Eu tenho orgulho, Ver.
Carlos Todeschini, de fazer parte desta Casa aqui, porque esta Casa dá exemplo para o
Brasil.
Antes
de conceder um aparte, Ver. Engenheiro Comassetto, eu quero aqui, com as minhas palavras,
que, de cada dez que eu falo, em nove o português é torto, mas o povo me entende e sabe
muito bem o que eu estou querendo falar.
Olha,
meu colega, meu irmão, homem de luta, homem de dignidade, homem de lealdade, homem de
garra que o senhor é - e não tenho por que me calar quando eu vejo o senhor numa vila,
num domingo, num sábado, caminhando, fiscalizando, ajudando aquelas comunidades carentes,
como eu encontro o senhor, Ver. Adeli Sell -, eu gostaria que imprensa estivesse num
domingo, num sábado, num feriado, acompanhando o seu trabalho dentro dessas comunidades.
Ora, me desculpem, mas está equivocado o jornalista que não sabe nada da vida de um
homem como o Ver. Adeli Sell, para falar o que falou. Esse homem está aqui no plenário,
esse homem incorpora esta Casa, esse homem vive para a nossa sociedade, ele se doa. A
família dele é o compromisso público que ele tem. Agora, vamos respeitar! Vamos
respeitar! Vamos respeitar, por favor! Eu falei aqui, no ano passado, meus colegas, que
não tenho medo. Eu não tenho medo de imprensa! Eu não tenho medo de ninguém! Não foi
a imprensa que me colocou aqui! Eu sei que a Record presta um serviço muito bom à
sociedade, à comunidade, e eu tenho certeza de que a Rede Record, por prestar esse
serviço à comunidade, vai ceder um espaço, dizendo que foi um equívoco o que se falou
desse homem - esse homem que se doa para a sociedade e para a comunidade.
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. DJ Cassiá. Motivou-me a
vir aqui fazer um aparte a V. Exª, porque o senhor se referiu ao gueto. Quero agradecer
pelo aparte e aproveitar a oportunidade para registrar que hoje está fazendo exatamente
20 anos que Nelson Mandela foi libertado - um homem que lutou contra o maior gueto que o
mundo ocidental construiu na África, que foi o regime do Apartheid. Um regime contra o qual todos nós lutamos; e
sabemos que, ainda hoje, existe isto e contra o que temos que lutar muito. Portanto, eu
queria fazer esta referência, pois o senhor falou no gueto, e eu lembrei: hoje fazem 20
anos que Nelson Mandela foi libertado pela sua luta, pela sua guerra; um homem de garra
que deu um exemplo à humanidade. É um dos exemplos à humanidade. Queria
cumprimentá-lo. Um grande abraço.
O
SR. DJ CASSIÁ: Muito
obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto, por enriquecer...
O
Sr. Engenheiro Comassetto: Desculpe
interromper, mas o Ver. João Antonio Dib lembra que Nelson Mandela é cidadão de Porto
Alegre, eleito por esta Câmara de Vereadores.
O
SR. DJ CASSIÁ: Parabéns.
Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.
Eu
quero aqui, meus colegas... Ver. Dr. Thiago, às vezes, quando eu venho para esta Casa,
passa um filme na minha cabeça, porque eu volto alguns anos da minha vida, quando eu
morava na Restinga. Lá, apenas um Centro Comunitário só, as Amarelas - as famosas
Amarelas - e a Restinga Velha. Ali naquele ginásio, Ver. Pancinha, foi onde tive a
oportunidade para a vida. Porque, naquele ginásio, foi onde eu tive a oportunidade que
nem todos têm, tive contato com a cultura popular, que me levou ao caminho do bem. E,
hoje, Ver. Dr. Thiago Duarte, se eu não tivesse tido esta oportunidade, o que seria de
mim? Quem eu seria? Que tipo de cidadão eu seria?
Devemos
discutir Saúde, Habitação, mas temos que discutir a Cultura também! Temos que discutir
a Educação de qualidade! Porque, salvo melhor juízo, Verª Fernanda Melchionna, a
senhora que é uma lutadora por essa área - e quero lhe agradecer por ter cedido seu
tempo -, Governo que não investe em Educação de qualidade não tem interesse no
desenvolvimento do seu povo. Quanto mais burro - desculpem-me pela expressão -, quanto
menos informação tem o povo, mais ele consegue ser driblado. E como eu disse, de dez
palavras do meu português, nove são equivocadas, mas eu não sou equivocado! Eu não
sou! E ninguém consegue fazer a cabeça deste cara que saiu do gueto, pois o gueto não
saiu dele; não seja uma marionete; não!
Eu
quero aqui dar os parabéns, Dr. Thiago, ao Governo Municipal, porque é um Governo que
tem feito uma revolução em Educação Infantil, Verª Sofia. Tem feito! Eu só quero
dizer o seguinte: 35 novas Escolas Infantis foram inauguradas, até agora, neste Governo,
e tem mais 15 para serem entregues agora. O que eu estou dizendo aqui...
(Aparte
antirregimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. DJ CASSIÁ: Ora,
Verª Sofia, eu não li no jornal, não vi na televisão; a minha grande colega e amiga, a
Verª Maria Celeste, participou de algumas inaugurações na Zona Norte. Inclusive, tem um
Projeto para escolas técnicas, maravilhoso!
Ver.
Brasinha, eu volto a tocar na questão da Educação. É uma revolução em Educação - e
a gente tem que falar, quando as pessoas fazem o bem para a sociedade -, como fez Alceu de
Deus Collares! Alceu de Deus Collares, com os CIEPs. Ali, o filho do seu João, da d.
Maria, quando eles iam trabalhar, tinham onde deixar os seus filhos, com médico, com
esporte, com educação de qualidade. Estavam bem tratadas as crianças, preparadas para a
vida. Essas escolas sumiram. Onde elas foram parar? Não sei, não quero aqui fazer
críticas, porque eu sou - desculpem-me pela expressão que vou usar - um amante da
Educação e da Cultura, porque é nisso em que eu acredito. Onde não tiver educação,
não tiver cultura, nós não vamos ter um bom médico. Um bom professor passa por uma
educação de qualidade, um bom médico, um bom advogado, enfim, tudo passa por uma
educação de qualidade.
Agora,
eu quero aproveitar e pedir o apoio do Ver. Ervino Besson, do Ver. Adeli Sell, que são da
CEDECONDH. Eu, como Presidente da CEDECONDH, quero pedir o apoio dos meus colegas, porque
nós temos que começar a discutir na nossa Comissão. Nós temos, Ver. Ervino e Ver.
Adeli, discutido nesta Casa, desde que eu estou aqui, a importância do Cais do Porto; ele
é importante para Porto Alegre. Discutimos também o Pontal. Agora, eu quero saber quando
é que nós vamos começar a discutir a Serraria? Quando é que nós vamos começar a
discutir a questão do Chapéu do Sol, lá no fundo de Belém Novo, do Veludo, onde a
água está batendo? Quando é que nós vamos começar a discutir, Ver. Brasinha, a orla
do Lami? Quando? Quando é que nós vamos começar a discutir? Ou será que não fazem
parte de Porto Alegre essas áreas que coloquei? Lá não há cidadãos que contribuem com
trabalho, contribuem para tudo, para o desenvolvimento? Olha, a Zona Sul deixou de ser
totalmente, Ver. Ervino Besson, uma zona só rural. É hoje uma zona também urbana. Tem
muito comércio, tem muita gente fazendo a sua vida, dando emprego. Quando vão
regularizar e começar a discutir a situação daquelas pessoas que estão abandonadas lá
naquela região? Eu quero discutir a orla, mas parem
tudo, e vamos discutir toda aquelas regiões
também; eu quero discutir todas. Vamos parar, então! Porque lá tem pessoas que precisam
ser ouvidas e também ser colocadas como prioridade - não que esta Casa não as coloque.
Para
concluir, Sr. Presidente, eu quero, mais uma vez, Ver. Adeli, ser seu parceiro. Se
tivermos que montar um palco lá no meio da Vila Cruzeiro, onde a gente se encontra aos
domingos, vamos montar o nosso palco lá, e pode ter certeza de que não precisamos da
imprensa para nos fazer ouvir, Vereador! A comunidade nos escuta lá aos domingos, aos
sábados e nos feriados. Tamo junto e misturado, meu companheiro Vereador.
É nóis!
Quero
agradecer a atenção dos senhores e vou encerrar com a minha mensagem: Eu só quero
é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
Está encerrado o período de Grande Expediente.
Passamos
à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC.
Nº 5674/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 250/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Seno Antônio Cornely o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 7033.
PROC.
Nº 5892/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 257/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Avenida Vila Santíssima Trindade o logradouro
público não cadastrado conhecido como Avenida 1999, localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
Nº 5893/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 258/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Zigomar Francisco Zanin o logradouro público
não cadastrado conhecido como Rua 1998, localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
Nº 6031/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 262/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Olívio Koliver o logradouro público cadastrado
conhecido como Rua 6322 Loteamento Caminhos de Belém , localizado no Bairro
Espírito Santo.
PROC.
Nº 0243/10 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/10, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Jorge Oscar Gay da Fonseca o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 6324 Loteamento Caminhos de Belém , localizado
no Bairro Espírito Santo.
PROC.
Nº 1812/09 - SUBSTITUTIVO Nº 02, que proíbe a
colocação e a operação de radar móvel em locais em que a sua visibilidade pelos
condutores de veículos seja dificultada e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/09, ambos de
autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.
PROC.
Nº 5361/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 238/09, de autoria do
Ver. Mario Manfro, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Clemer Melo
da Silva.
PROC.
Nº 5803/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 253/09, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao professor José
Clóvis de Azevedo.
PROC.
Nº 5813/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 254/09, de autoria do
Ver. Marcello Chiodo, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Fernando
Luiz Guimarães.
PROC.
Nº 5863/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 256/09, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao
doutor Vilson Darós.
PROC.
Nº 5883/09 PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 052/09, de autoria do
Ver. Mauro Pinheiro, que concede o Diploma Honra ao Mérito à senhora Maria de Lourdes
Medeiros Germann.
PROC.
Nº 5903/09 PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 053/09, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre à
Companhia Zaffari Comércio e Indústria.
PROC.
Nº 6004/09 PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 055/09, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor
Valdemar Marcos dos Santos.
PROC.
Nº 5941/09 PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 259/09, de autoria do
Ver. Airto Ferronato, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Lauro
Hagemann.
2ª
SESSÃO
PROC.
Nº 6052/09 PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 055/09, que institui o
Conselho Executivo Municipal de Administração de Pessoal COMAP e revoga o
inc. III e o § 3º do art. 1º da Lei nº 3.607, de 27 de dezembro de 1971.
PROC.
Nº 6053/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/09, que institui o
Conselho Municipal de Justiça e Segurança COMJUS , os Fóruns Regionais de
Justiça e Segurança e os Conselhos Comunitários de Justiça e Segurança CCJSs
e revoga a Lei Complementar nº 487, de 14 de janeiro de 2003.
PROC.
Nº 6054/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 011/09, que altera o
caput do art. 5º, o inc. II do art. 7º e o parágrafo único do art. 15 da
Lei Complementar nº 580, de 12 de novembro de 2007, que cria o Conselho Municipal dos
Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre, estabelecendo a maioria dos membros
da sociedade civil organizada na composição do Conselho e alterando o quórum para
aprovação do Regimento do Conselho.
PROC.
Nº 6055/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 012/09, que altera os
arts. 2º e 3º da Lei Complementar nº 455, de 1º de setembro de 2000, que cria o
Conselho Municipal de Alimentação Escolar CAE , e dá outras providências,
dispondo sobre composição e competências do CAE.
PROC.
Nº 6056/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 013/09, que dispõe
sobre o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural COMPAHC e
revoga o inc. VIII e o § 8º do art. 1º da Lei nº 3.607, de 27 de dezembro de 1971.
PROC.
Nº 6057/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 014/09, que altera o
art. 2º e inclui arts. 3º e 4º na Lei Complementar nº 347, de 30 de maio de 1995, que
autoriza o Prefeito Municipal a criar o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher
COMDIM , atualizando a composição do Conselho e ajustando tecnicamente a
disposição dos artigos dessa Lei Complementar.
PROC.
Nº 6058/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/09, que institui o
Conselho Municipal de Entorpecentes COMEN e revoga a Lei Complementar nº
241, de 4 de janeiro de 1991.
PROC.
Nº 6059/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 016/09, que altera
dispositivos das Leis Complementares nos 248, de 23 de
janeiro de 1991; 318, de 28 de março de 1994; 370, de 16 de janeiro de 1996; 399, de 14
de janeiro de 1997; 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores; 444, de
30 de março de 2000; 447, de 10 de maio de 2000, alterada pela Lei Complementar nº 587,
de 22 de janeiro de 2008; e 585, de 28 de dezembro de 2007; altera e revoga dispositivos
das Leis Complementares nos 277, de 20 de
maio de 1992, alterada pela Lei Complementar nº 287, de 8 de janeiro de 1993; 325, de 7
de julho de 1994, e alterações posteriores; 340, de 12 de janeiro de 1995; 352 de 8 de
agosto de 1995, e alterações posteriores; e 617, de 29 de maio de 2009; e revoga
dispositivos das Leis Complementares nos 367, de 8 de
janeiro de 1996; e 563, de 30 de janeiro de 2007; adequando a legislação de Conselhos
Municipais às regras gerais estabelecidas para esses Conselhos.
PROC.
Nº 6060/09 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 017/09, que dispõe
sobre normas gerais para os Conselhos Municipais, nos termos do art. 101 da Lei Orgânica
do Município de Porto Alegre, e revoga a Lei Complementar nº 267, de 16 de janeiro de
1992, e legislação sobre Conselhos Municipais.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
Hoje, 11 de fevereiro, é aniversário do Ver. Elias Vidal. (Palmas.) Em nome da Mesa
Diretora, dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras, quero convidar o Ver.
Elias Vidal a vir até aqui, para entregarmos um singelo cartão, demonstrando o quanto V.
Exª é importante para esta Casa e para esta Cidade, Ver. Elias Vidal.
(O Sr. Presidente procede à entrega do cartão de felicitações ao Ver. Elias Vidal.)
O
SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento):
Sr. Presidente, infelizmente, nem todos os acontecimentos dos últimos dias são alegres e
festivos como a comemoração do aniversário do nosso colega, o Ver. Elias Vidal. Hoje
transcorrem sete dias - inclusive há a missa de 7º dia no dia de hoje - do falecimento
do engenheiro Hamilton Rey Filho, antigo funcionário da Cia. Rio-Grandense de Saneamento,
ultimamente na Fundação de Securidade Social daquela estatal gaúcha. Então, eu
gostaria de requerer a V. Exª que, ouvido o Plenário, prestássemos uma homenagem ao
engenheiro Hamilton Rey Filho com um minuto de silêncio como voto de pesar pelo seu
passamento.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
Com certeza, Ver. Reginaldo Pujol.
Deferimos
o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadoras, Vereadores, eu gostaria de, neste
tempo de Liderança, comunicar a visita que fizemos ao Ministério Público, com a Verª
Sofia, a respeito do Auditório Araujo Vianna. Entretanto, os pronunciamentos da tribuna,
de fato, instigam o debate político da história, da memória e, sobretudo, do futuro do
nosso País. Um grande fotógrafo que foi exilado durante a ditadura Argentina sempre fala
que a memória é uma arma carregada de futuro. E aqueles que querem negar a história,
que a querem esconder em arquivos secretos, que querem trancafiar a sete chaves as
torturas, os assassinatos, as perseguições políticas ao povo, aos jornalistas, aos
estudantes, àqueles que exigiam o seu direito de cidadão de ter opinião sobre a
realidade do nosso País não podem nunca ser esquecidos, mas, sobretudo, têm que ser
punidos. Existe uma cobrança internacional, Ver. Luiz Braz, para que o Brasil puna
aqueles que foram responsáveis pelas barbáries dos anos de chumbo vividos no nosso
País. São 20 anos de sumiços, de torturas, Ver. João Pancinha, da pior espécie que V.
Exª possa imaginar. A pianola Boilesen, bem conhecida no filme Cidadão
Boilesen, um dos instrumentos de tortura mais brutais da história da humanidade; o
pau de arara, a tortura psicológica, a violência física e sexual contra as mulheres que
criticavam o regime militar. E nós, vendo a política da Comissão da Verdade, vendo que,
infelizmente, mesmo nisso o Governo Lula, pela sua relação com grupos de militares
conservadores, tem recuado, porque tirou do Programa Nacional dos Direitos Humanos, porque
não foi firme no enfrentamento e no resgate da memória do nosso País, nos assustamos, e
isso envergonha o Brasil.
Se
olharmos para a história recente da Argentina, do Chile, do Uruguai, muitos dos que
protagonizaram essas barbáries estão sendo punidos. Mesmo o próprio Pinochet, que teve
uma ditadura sangrenta no Chile, tirando Salvador Allende, eleito democraticamente e
apoiado pelo poder popular, que tinha o voto, que tinha seus instrumentos de
organização, mas não tinha o poder das armas, porque foi disso que essas ditaduras se
utilizaram para reprimir e para violentar os direitos dos cidadãos. Mesmo ele foi
julgado; infelizmente, faleceu sem ser punido. Mas, na Argentina, muitos foram punidos,
outros no Chile foram punidos. E triste, Verª Maria Celeste, é ver que, no Brasil,
nenhum torturador de muitos jovens, de muitas pessoas, teve a punição justa e
necessária pelos seus crimes, pelas suas barbaridades. Triste é ver o filme a que
assisti, e recomendo - Cidadão Boilesen -, que mostra a relação empresarial e militar,
que mostra a Operação Bandeirantes - uma das operações mais sangrentas da história do
nosso País, em que havia um médico que não era para cuidar dos torturados, era para
garantir que eles ficassem conscientes em todo o processo de tortura. Triste é ver os
torturadores falando nesse filme e defendendo aquilo pelo que sequer foram punidos pela
história, pela Justiça, pelo povo brasileiro. E mais triste é ver aqueles que querem
não só conservar esses torturadores e bárbaros no poder, mas conservar a hipocrisia de
negar a história do Brasil e de negar o acesso a essa história para todos nós que temos
direitos. Triste é ver que nós não fazemos, e que infelizmente o Governo Federal não
se propõe a comprar essa luta, consequentemente, porque, no Plano Nacional de Direitos
Humanos estava lá a Comissão da Verdade. Mas no primeiro chiado dos conservadores, ela
foi retirada. Nós queremos lutar para que ela saia, de verdade, mas triste é ver que
existem aqueles que não querem que a memória seja uma arma carregada de futuro; que não
querem que eles sejam punidos e que nós possamos estudar, reviver, punir esses
torturadores para garantir que o Brasil nunca mais viva os anos de chumbo. Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores,
cidade de Porto Alegre, que nos assiste pelo Canal 16, imprensa aqui presente, tenho a
satisfação e o prazer de vir aqui a esta tribuna hoje, em nome da nossa Bancada, dos
sete Vereadores que compõem aqui a maior Bancada da Câmara Municipal, trazer uma
mensagem do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, que comemorou, no dia de ontem o
seu aniversário de 30 anos de fundação. Este Partido nasceu há 30 anos de uma faísca
de esperança de um conjunto de segmentos do povo brasileiro. Lá estiveram os
sindicalistas, lá estiveram os movimentos comunitários da luta pela moradia, lá
estiveram os trabalhadores rurais da pequena agricultura e os sem-terra, lá estiveram os
estudantes, e, também, um conjunto de intelectuais brasileiros, que lançaram um desafio
de fundar e constituir um novo Partido, que pudesse oferecer uma alternativa política e
uma alternativa de um projeto inovador no Brasil.
Nesses
30 anos de vida, o PT inovou - inovou na nossa cidade de Porto Alegre, inovou no Rio
Grande do Sul, e continua inovando no Brasil, e, neste momento, atua e encanta o mundo.
Fomos
pioneiros em apresentar uma forma de atuar internamente e defender a democracia interna
como um direito de todo o filiado. E o filiado do nosso Partido tem voz e vez, assim como
qualquer um dos seus dirigentes, ou como qualquer um dos seus governantes. Temos
estabelecido o direito de tendência interna, onde, por força das convicções
político-filosóficas, podemos nos organizar, apresentar sugestões, fazer debates,
termos propostas de concordâncias e discordâncias, mas a síntese disso é a síntese da
democracia interna, em que nos processos de eleição direta, escolhemos sempre todos os
nossos dirigentes.
E,
hoje, o Partido dos Trabalhadores, quando comemora os seus 30 anos, apresenta um projeto
para o Brasil, por meio do nosso Presidente da República, o Lula, projeto este que faz do
Brasil, na atualidade, uma nação que saiu da obscuridade política e passou a ser
referência mundial.
Aqui,
em Porto Alegre, há 21 anos, iniciava-se a primeira gestão da Administração Popular,
que passou a ser referência para muitas cidades brasileiras, espelhou o nosso Partido e
conquistamos, a partir daí, várias Capitais, vários Estados, e a Presidência da
República.
Há
algumas afirmações, as quais muitos contestavam à época, hoje muitos passam a
concordar com elas e a defender temas como o Orçamento Participativo. Bem como a ação
de que um outro mundo é possível, na visão do Fórum Social Mundial. Projetos de
geração de distribuição de renda estão sendo feitos neste País, com programas, sim,
que buscam o desenvolvimento, mas que veem o indivíduo, a pessoa, principalmente os
despossuídos para que possam ter a grandeza de receber educação, de ter uma vida com
saúde e alimento.
Mas
o Governo não esqueceu também de pensar na inovação e na revolução tecnológica. Na
última sexta-feira, o Presidente da República e a Ministra Dilma vieram a Porto Alegre
para inaugurar, nada mais, nada menos que o maior Centro de Tecnologia da Microeletrônica
da América Latina, onde está sendo produzido o primeiro chip latino-americano, que já está implantado em
muitas fazendas de criação de gado.
Foram
repatriados, Sr. Presidente, nada mais, nada menos do que 90 doutores que estavam
espalhados pelo mundo e que retornaram para a Lomba do Pinheiro - ali, para a nossa
querida Lomba do Pinheiro -, para gerarem tecnologia e colocarem o Brasil cada vez mais
perto do cenário mundial.
Quero
dizer que neste momento em que o nosso Partido completa 30 anos - ontem tivemos uma festa
em comemoração aos 30 anos -, em nome da nossa Bancada, quero desejar ao Presidente
Dutra, que assume a presidência nacional do Partido; ao nosso Presidente Raul Pont, que
assume a presidência estadual do Partido, e ao nosso Presidente, Adeli Sell, que assume
hoje, às 18h30min, a presidência municipal do Partido, sucesso. Que nós continuemos com
a mesma energia e disposição de reeleger o projeto Lula, para continuarmos transformando
o Brasil.
Portanto,
em nome da nossa Bancada, uma saudação e um Viva! ao nosso Partido, o
Partido dos Trabalhadores; vida longa! Esses 30 anos são o início de uma vida, temos
muito que caminhar, muito que construir, e muito que transformar. Contamos com o conjunto
dos Partidos que compreendem essa transformação, para, juntos, construirmos um Brasil
soberano e igualitário. Um grande abraço. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON:
Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero saudar todos, eu
falo em nome do meu Partido, o PDT, e aproveito esta oportunidade para destacar mais uma
grande obra que está acontecendo em nossa Cidade. Estivemos ontem à tarde - e vários
Vereadores se fizeram presentes, como o Ver. Pancinha, que esteve no DEP -, na Av.
Panamericana, onde acontece mais uma grande obra do DEP, dando continuidade à obra do
Conduto Forçado Álvaro Chaves.
Eu
faço este pronunciamento em nome da Bancada do PDT, parabenizando o DEP, mais uma vez, na
pessoa do seu Diretor, Ernesto Teixeira, e da sua equipe, por mais esta grande obra ali na
Zona Norte de Porto Alegre.
Eu
quero aproveitar esta oportunidade, meus caros colegas Vereadores, e as pessoas que nos
assistem pelo Canal 16 da TV Câmara, para lembrar que, a partir de amanhã, sexta-feira,
vai começar mais um grande feriadão. E nós sabemos - a imprensa divulga, o rádio e a
televisão divulgam - que as pessoas parecem não ter consciência, pois uma grande
maioria morre em acidentes de trânsito.
Então,
aqui, faço um apelo aos nossos jovens e aos que nos assistem pelo Canal 16 da TV Câmara,
assim como àqueles que estão preparando suas malas, seu veículo para irem para praia ou
para a Serra aproveitar o carnaval: vamos com calma, pensando na nossa família, pois é
uma viagem de lazer. Vamos participar do carnaval, uma das maiores festas populares do
nosso País, com calma para que não se torne motivo de luto e de tristeza. Portanto,
vamos ter este cuidado! Chegar uma hora, ou uma hora e meia mais tarde no destino desejado
talvez evite uma tragédia, como as que vêm enlutando tantas famílias, ocorrendo
principalmente com os nossos jovens.
Então,
um apelo que nós fizemos aqui, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, para que
possamos, sim, festejar o carnaval com alegria, brincar, cuidando, também, com a
ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, que motivam acidentes e brigas nessas
festividades. Também quero lembrar dos afogamentos que têm acontecido no Litoral, Ver.
Pujol, destacando aqui o extraordinário trabalho realizado pelos salva-vidas da Brigada
Militar, que aconselham, alertam as pessoas para os riscos do mar, e, mesmo assim, algumas
pessoas facilitam e perdem a vida dessa forma. Isso acontece em praticamente todos os fins
de semana, morrendo de cinco a seis pessoas afogadas tanto no mar, quanto nos açudes, nos
rios e nas lagoas. Portanto, fica aqui este apelo: vamos nos preparar com calma, vamos
chegar uma hora atrasada, vamos chegar uma hora e meia atrasados, mas vamos nos cuidar.
Nós
temos citado aqui o que tem ocorrido, de forma irresponsável, no trânsito. A Polícia,
por meio dos radares, tem autuado motoristas dirigindo a velocidade de 180 km/h, 190 km/h
na freeway, colocando em risco a sua vida e a
vida das outras pessoas, que estão lá com seus familiares naqueles momentos de lazer,
criando essas verdadeiras tragédias. Portanto, fica aqui este apelo, um apelo muito
fraterno. Não vão pensar: Agora o Vereador quer nos aconselhar, quer ser o
salvador da pátria. Nada disto, mas não custa alertar. Assim como a Brigada faz,
os outros Vereadores fazem, a comunidade faz, não custa, porque a gente sabe; também foi
jovem. Quantas vezes, por exemplo, eu mesmo recebi o apelo das pessoas: vamos cuidar,
vamos pegar o nosso veículo e não vamos correr, vamos ter cuidado! Então, quando a
gente tem oportunidade, não custa dar a nossa opinião, fazer um aconselhamento para que
possamos, sim, festejar o carnaval com muita alegria, ir à praia e a outros locais,
aproveitar o feriadão com muita alegria, para evitar de enlutar dezenas e dezenas de
famílias, como acontece nos feriadões. Muito obrigado, meu Presidente; muito obrigado
pela atenção meus colegas Vereadores e Vereadoras.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento):
Sr. Presidente, eu gostaria de requerer a V. Exª que fosse registrado um apelo do
Vereador Haroldo de Souza que, quando eu formulava o Requerimento de voto de pesar pelo
passamento do Eng. Hamilton Rey Filho, pedia que também fosse incluído, pela mesma
razão, o Dr. Pedro da Silva Pereira, ex-Presidente do glorioso Grêmio Foot-Ball Porto
Alegrense, um grande presidente, notável, vitorioso presidente, que lamentavelmente
também, no dia de hoje, foi sepultado. Concordei plenamente com o Ver. Haroldo para que
conste dos Anais que a homenagem póstuma estenda-se não só ao engenheiro Hamilton Rey
Filho como também ao ex-Presidente do glorioso Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Pedro
da Silva Pereira.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está
feito o registro, Ver. Reginaldo Pujol, para que conste nos Anais da Casa também o
falecimento, ontem, do Sr. Pedro da Silva Pereira, ex- Presidente do Grêmio.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, hoje pela manhã, em um programa
radiofônico, fui corrigido por um cidadão a respeito de uma afirmação minha. Eu não
me convenci por inteiro da corrigenda que ele ofereceu, mas a acolhi, porque o que
importava não era a autoria da frase que eu estava oferecendo no momento, e, sim, a frase
em si. É uma frase que eu gosto, Verª Sofia, de citar com muita frequência, e que
entendo, ainda, ser do grande pensador José Ingenieros, que diz: No todo
es verdad, ni todo es mentira, todo
depende del color del cristal com que se mira.
O
Ver. Braz, que está ali fechando as palavras cruzadas, sabe disto melhor do que qualquer
um de nós; é um homem aberto, tem sensibilidade. Por isto, eu não me sinto constrangido
de, neste momento em que se festejam os 30 anos do nosso principal Partido do Governo, ou
o próprio Governo, porque é o Partido dos Trabalhadores, oferecer os cumprimentos aos
integrantes do Partido.
Dizia-me
o Ver. Toni Proença que eu deveria dar mais ênfase às petistas do que aos petistas, e
seria uma justa homenagem à ex-presidente da Casa, Verª Maria Celeste, que sabidamente
mereceria isto, e à própria Verª Sofia, que é uma contumaz opositora dos meus pontos
de vista. Nós dois chegamos à conclusão de que nós temos visões de mundo diferentes.
Por incrível que pareça, é larga a diferença entre as posições que nós vivenciamos.
Eu, por exemplo, tenho razões para saudar o PT como um Partido que está amadurecendo,
Partido que teve a coragem de mudar; um Partido que tinha um discurso quando era
oposição, mas que teve a maturidade, com o Presidente Lula no Governo, de mudar tudo o
que disse - o Governo que era contra o FMI e que, agora, é patrocinador do FMI! Houve uma
notável mudança! E eu tenho que ter a coragem de aplaudi-lo, ainda que eu jamais
colocaria os recursos do povo brasileiro à disposição do Fundo Monetário
Internacional, quando eu sei que há carências enormes neste País de Deus. Eu não daria
dinheiro para o Gabão, não daria dinheiro para Cuba, não daria dinheiro para a
Bolívia, não daria dinheiro para a Venezuela do Chávez; eu não daria um bilhão de
dólares e perdão de dívida a vários países da África e da América Latina para
mostrar, como disse o ilustre Vice-Líder da Oposição, a força do Brasil no contexto
internacional. Ora, eu sei que o Presidente Lula tem uma obsessão no sentido de que o
Brasil integre, Ver. Pedro Ruas, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, e essa
obsessão, a meu juízo, está custando muito caro para o Brasil. De qualquer sorte, sem
ironia nenhuma, quero eu dizer que acho que o Presidente Lula tem este mérito; ele sabe
que as suas bravatas e as bravatas do PT, incipiente, custaram muito caro a este País.
Aquele estouro do dólar, que foi a R$ 3.800,00, quando da mudança, do susto que estava o
mercado internacional, foi absorvido. Henrique Meirelles foi lá e controlou os banqueiros
dos quais ele é sócio.
Aliás,
Ver. Brasinha, V. Exª, que é do PTB, está empolgado com a candidatura do Lara. Vocês
não vão embarcar nessa história da Dilma, vão? Ah, bom, então eu fico tranquilo. Nem
o Ver. Dr. Raul, do PMDB do Rio Grande do Sul, altaneiro, vai embarcar nisso.
Mas
eu não quero fugir do objetivo, quero homenagear o PT, o PT que amadureceu, o PT que, a
meu juízo, se transformou para melhor, ainda que essas transformações, minha cara e
querida Verª Maria Celeste, ao que tudo indica, estejam custando chegar aqui no Rio
Grande do Sul. É o que dizem os seus companheiros do PT paulista, do PT carioca: que no
Rio Grande tudo é diferente. E eu acho que é. E, até, graças a Deus, é diferente! Eu
prefiro que o PT do Rio Grande do Sul tenha algumas posições com as quais eu não
concorde, mas que sejam de autenticidade a ver a política de acomodação que o PT
brasileiro está fazendo no sentido de se manter no poder, o que é válido, mas esse não
é o meu estilo de fazer política. Na vida, a gente tem que aprender a renunciar coisas,
em que pese o único renunciante deste País que efetivamente renunciou alguma coisa foi o
Jânio Quadros; o resto tudo só renunciou de mentirinha, porque não
renunciou de verdade. Apesar de tudo isso, eu acho que, no meu entendimento, Ver.
Brasinha, V. Exª, que esteve na mesma agremiação partidária que eu, para meu orgulho,
a gente tem que abrir mão de uma série de coisas, menos das nossas convicções e das
nossas posições.
Por
isso, aos petistas de convicção de primeira hora, àqueles que amadureceram, a todos
vocês, a minha respeitável saudação, dizendo que provavelmente esse novo caminho
trilhado pelo PT, sob o comando do Lula, seja uma lição a mais que nós temos que ver,
ouvir e sentir na forma de se fazer política com pragmatismo, buscando o poder e nele se
manter. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O
Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores, venho à
tribuna em nome do PPS cumprimentar os companheiros Vereadores e as companheiras
Vereadoras do Partido dos Trabalhadores, que completa, nesta semana, 30 anos de
existência. Faço isso com muita tranquilidade e com muita alegria, porque o PT cumpriu,
na política nacional, uma bela trajetória nos últimos 30 anos, teve uma importância
fundamental na política brasileira, na maneira de fazer política e no avanço de muitas
políticas públicas que hoje temos no Brasil, do que todos os Partidos, praticamente,
reclamavam, e teve o Lula a coragem e a ousadia de implementá-las quando chegou ao
Governo. Falo, por exemplo, do grande problema da distribuição de renda, que, é
verdade, ainda carece de uma porta de saída, mas que, com a porta de entrada, transformou
a vida de 45 milhões de brasileiros. Falo da Bolsa-Família, dando dignidade às pessoas
para, a partir da sua renda mínima, poderem administrar a sua vida e a vida de seus
familiares. Precisamos ainda construir uma porta de saída para esse Programa; temos todos
essa missão, o Governo Federal, o Governo Estadual principalmente os Governos Municipais.
Mas isso não invalida, não tira a importância e o mérito de programas como esse - a
par de outros programas. E temos agora que dar sustentação ao Presidente Lula, todos os
brasileiros, para que se termine esse processo do Pré-Sal, com vantagem para o povo e
para a nação brasileira. É preciso que o povo sustente o projeto do Pré-Sal, que
termine por concretizar a independência e a soberania do Brasil. Essa é uma brilhante
oportunidade que tem o Brasil e o povo; o Brasil, que já perdeu a oportunidade no tempo
do pau-brasil, no ciclo do ouro, do café e da cana de açúcar; tantas oportunidades
perdeu o Brasil, pois agora temos mais uma oportunidade. Esta terra generosa nos concede
mais uma oportunidade, que é o Pré-Sal, e, com ele, nós podemos completar o ciclo da
independência, da soberania e do resgate da dívida social que este País tem para com
seus filhos.
Portanto,
parabéns aos companheiros do PT; parabéns ao PT pelos seus 30 anos. Que tenham uma longa
vida e continuem com a firmeza dos propósitos, das políticas e, principalmente, das
convicções que moveram vocês até aqui! Parabéns!
Quero
aproveitar para fazer uma reflexão e uma provocação. Hoje, lendo o jornal Zero Hora,
fiquei sabendo que uma moça, uma jovem senhora de Canoas, ao embarcar num ônibus em
Porto Alegre, caiu de costas quando o motorista arrancou, pois a porta não havia fechado;
ela foi cair lá no asfalto. Por muita sorte e por graça de Deus e obra divina, não
vinha nenhum ônibus ou carro ao lado e não a atropelou. Aparece a foto dela saindo do
HPS. E aí eu tive a preocupação de fazer uma reflexão - não sei se alguém se
manifestou sobre isso aqui, hoje - sobre algo que me incomoda há muito tempo: por que em
Porto Alegre a gente tem que entrar no ônibus pela porta da frente e começar a caminhar
no ônibus num movimento contrário ao dele - o ônibus anda para um lado e as pessoas
para o outro? E quem anda de ônibus, Ver. Brasinha - que além de andar de caminhão,
também anda de ônibus -, assiste, a todo o momento, às pessoas desequilibradas,
principalmente crianças e pessoas de mais idade, caindo, batendo nos bancos e com muita
dificuldade de andar nos corredores dos ônibus. Até agora, eu não consegui uma
explicação técnica, plausível, por que em Porto Alegre a gente entra pela frente do
ônibus e desce por trás, e tem que caminhar dentro do ônibus com movimento contrário,
contrariando a física. Eu não consigo entender. Hoje, pela manhã, alguns técnicos
tentaram me explicar que era porque agora vinha a bilhetagem eletrônica, e assim o
cobrador, ficando mais perto da porta da frente, evitaria assaltos. Todas as explicações
dadas eram do interesse das empresas de transporte de ônibus, de interesse da defesa do
patrimônio, e nenhuma delas de interesse da população, dos usuários do sistema de
ônibus, que, diga-se de passagem, é muito bom em Porto Alegre, mas tem essa
deficiência. E eu queria aproveitar a tribuna desta Casa para começar a discutir isso. E
quero, sinceramente, que alguém consiga me explicar por que, em Porto Alegre, a gente é
obrigado a entrar pela porta da frente, num espaço mínimo - se entram cinco pessoas no
ônibus aquilo já fica lotado.
Um
dia desses, eu peguei um T-11, e, na esquina da 3ª Perimetral com a Bento Gonçalves,
entrou muita gente - era um domingo, perto do meio-dia -, e, quando a motorista - era uma
mulher bem educada - arrancou, houve um amassamento da última passageira na porta.
Então, eu quero trazer essa reflexão e fazer uma provocação ao Ver. Comassetto, que é
da Comissão de Desenvolvimento Urbano, para que a gente possa, na Comissão, fazer uma
discussão sobre isso e que a gente possa fazer a população entender que isso é bom
para ela, porque está muito difícil de se perceber isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, venho a
esta tribuna justamente cobrar do Executivo e também dos que mandaram no passado,
inclusive do ex-Prefeito Dib. Por que não fizeram? Acontecem coisas boas, mas também
coisas ruins, que perturbam a Cidade.
Ver.
Comassetto, o senhor, que é engenheiro - eu não sei por que a teimosia dos engenheiros
da área de trânsito -, por que a Ramiro Barcelos não é aberta? Por quê? É uma via
que corta a Cidade. Eu não entendo por que mantêm fechada a Ramiro Barcelos! A gente
cobra, pergunta, e nunca há uma resposta adequada.
Mas,
Ver. Comassetto, eu acho que os engenheiros são iguais aos técnicos de futebol: estão
vendo que estão errados e estão insistindo no erro, porque técnico de futebol é assim,
não é, Ver. Pujol? Eles sabem que o centroavante joga melhor do que aquele que está
jogando, e eles teimam e colocam o pior para provocar a torcida. E assim acho que é o
engenheiro de trânsito também, porque a Ramiro Barcelos é uma via importante da Cidade,
mas, quando se chega na Av. Protásio Alves com Av. Osvaldo Aranha, não se tem
condições de passar; temos fazer um baita retorno, o que complica, porque
pega o trânsito mais congestionado, mais atravancado - não há condições.
E
a 3ª Perimetral? Com certeza, não só o Prefeito Fogaça tem culpa, mas também os
gestores dos 16 anos, dos quatro anos do Collares, quem sabe do Dib, lá atrás, que
planejaram e fizeram o projeto da 3ª Perimetral, que é uma vergonha! Aquele corredor
não é usado, não tem nem ônibus! Quando passa um ônibus, é de vinte em vinte
minutos.
Quero
dizer, Verª Sofia, que vocês têm parte nesse projeto, eu acho que tem que mudar. Eu já
cobrei do Secretário Senna várias vezes por que não tem uma hora em que aquele corredor
do ônibus seja liberado para os automóveis transitarem, porque é parado, e aí dá
aquele engarrafamento, as pessoas ficam nervosas. Hoje é terrível pegar a 3ª Perimetral
na hora do pique, e aí eu fico pensando por que essa teimosia do engenheiro, que sabe
tudo de trânsito, que está vendo que a rua está trancada e insiste no erro!
Fico
pensando na Rodoviária, desatualizada, inaugurada em 1970, há 40 anos, e continua a
mesma coisa. O que tem de novidade na Rodoviária? O que tem de conforto para o
passageiro? Não tem nada; é uma verdadeira gaiola para o passageiro, e deixa todo o
trânsito interrompido. Eu acho que está na hora de começar a pensar em arrumar um local
para a Rodoviária se mudar, porque não há condições de a Rodoviária ser naquele
local ali, pois a Cidade avança, cresce, o movimento dos carros cresce mais, e a
Rodoviária tentando sempre mudar sem nenhuma condição. Começa pelos banheiros, que
são péssimos. São 40 anos, o prédio está desatualizado. A gente vai a qualquer
cidade, Florianópolis, Curitiba, e as rodoviárias são bem melhores que a nossa, e a
nossa tem que permanecer naquele local? Todos, na Cidade, cobram, e têm que cobrar. A
nossa rodoviária é desatualizada, é praticamente um paradão de ônibus. A gente passa
em outras rodoviárias e vê rodoviária com ar-condicionado, que é um conforto para o
usuário que está esperando. A nossa rodoviária não oferece conforto nenhum! Não sei
como há gente que a defende ainda. Há 33 anos eu cheguei a Porto Alegre, Ver. Braz, e a
rodoviária é a mesma, não mudou nada; aliás, só piorou. Então, eu quero dizer que
está na hora de implantarmos um projeto e cobrarmos do Executivo, cobrarmos dos que
comandam a Cidade, para termos uma rodoviária nova para a Copa.
Nós
temos aqui o nosso querido amigo que tem o comando da Cidade, eu vou pedir a parceria para
nós irmos lá e mostrar a situação da Rodoviária! Ninguém mostra! Por que não
ninguém mostra, Ver. Comassetto? E nós devemos cobrar o que acontece na Cidade, porque
eu gosto dos acontecimentos, gosto das coisas boas e também tenho que cobrar as coisas
ruins que estão na Cidade e que não têm condições.
Então,
quero dizer aos Srs. Vereadores que nós deveríamos fazer uma comissão e começar a
cobrar uma rodoviária nova; deixar os carros passarem no corredor de ônibus da 3ª
Perimetral, porque não tem ônibus, não existe, foi mal planejado, foi mal orientada.
Essa 3ª Perimetral é boa só para os carros.
Ver.
Mauro Pinheiro, peço licença ao senhor para concluir e falar também em uma das coisas
que perturbam a Cidade - o Carrefour. O Carrefour, para mim, é uma verdadeira vergonha na
Cidade; eles oferecem muito pouca compensação pelo que fazem. Eu vou falar o ano todo,
dois anos, três anos, porque o que falo é verdade. O Ver. Mauro Pinheiro sabe que é
verdade; eles estão massacrando os pequenos, estão terminando com os pequenos, estão
terminando até com a empresa familiar. E aí, esses gigantes vêm para cá, se instalam,
quebram todo o mundo, e agora dizem que o Grupo Wallmart vai comprar o Carrefour. Grande
coisa para mim! Simplesmente vai ficar na mão deles! Sabem quem eu gostaria que
comprasse? Eu gostaria que o Grupo Zaffari comprasse, porque o Grupo Zaffari participa,
trabalha e é parceiro da Cidade e da comunidade. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O
SR. PEDRO RUAS:
Ver. Mauro Pinheiro, Presidente dos trabalhos; Vereadoras e Vereadores, no dia de ontem,
nós recebemos aqui uma denúncia séria, importante, que, na verdade, se somava a outras
que já recebíamos no ano passado, mas a de ontem é um caso concreto e dramático. Veio
aqui um senhor de nome Adão, falando do falecimento de um vizinho seu na segunda-feira,
no Hospital Conceição - todos eles biscateiros -, que procurou, Vereadores Pujol,
Brasinha, Comassetto, Maria Celeste, Sofia, Oliboni, Toni Proença, Beto Moesch, Luiz
Braz, os serviços da Prefeitura nesse sentido - eu nem conheço os serviços -, na Rua
Santana, e ali lhe disseram que eles atendiam a quatro óbitos por dia de pessoas pobres,
e, a partir do quinto, atendiam no dia seguinte. Eu já havia recebido denúncias em 2009,
e uma situação dramática, que fere a dignidade humana é que, muitas vezes, na
periferia de Porto Alegre, as famílias, por não terem a condição de fazer o velório e
o enterro e por não conseguirem auxílio, preferiam não buscar o corpo no IML e velarem
literalmente com uma vela em casa, com os parentes, sem o corpo. Não há nada que atinja
mais a dignidade humana do que isso. Esses corpos no IML, depois, vão abastecer as
faculdades de Medicina, Odontologia, enfim; jamais haverá outro contato com os parentes.
Eu
quero fazer um registro de agradecimento ao sempre Vereador, na minha opinião, meu colega
e meu Presidente nesta Casa Valdir Fraga, que ontem, na sua sala, recebeu essa pessoa, fez
o encaminhamento. Até onde eu sei, foi realizado hoje o sepultamento, mas muitos outros
não podem ter esse final! Há muitos anos, suplementa, complementa, auxilia essa parte da
Prefeitura, Ver. Brasinha, o seu Partido, por intermédio do radialista Sérgio Zambiasi,
hoje Senador, que teve um trabalho social importante nessa área. Hoje, o apresentador
Gugu também faz esse trabalho.
Se
a pessoa não chegar no horário adequado na Rádio Farroupilha, a Rádio não tem essa
obrigação, porque a Rádio não é Poder Público, é uma concessão radiofônica, e, se
a pessoa chegar à Rua Santana em quinto lugar, sexto, sétimo, oitavo, não haverá
velório nem enterro!
O
sempre Vereador Valdir Fraga, que representa aqui o Executivo Municipal e recebe, de novo,
o meu elogio, atendeu a Verª Fernanda e eu, com a pessoa que clamava pelo enterro de um
vizinho - não era nem parente; era vizinho!
Que
situação dramática vivemos, que nós não podermos dar dignidade ao nosso povo no
momento do adeus final a seus familiares e amigos, na partida definitiva, independente de
credo religioso! Sabemos que, com certeza, a família não estará mais com aquele ente
querido. E nós temos de conviver, neste tempo, sem uma solução adequada para um problema tão grave,
tão dramático, Ver. Pujol, que atinge tantas pessoas!
Olhem,
são muitas denúncias mesmo do ano passado, mas nunca houve um caso em que viessem ao
Plenário procurar Vereadores, e nem procuravam nós, especificamente; foi uma
coincidência nos encontrarem; eles traziam os documentos todos, o atestado de óbito,
enfim, a documentação necessária, e o documento desse setor da Prefeitura na Rua
Santana.
Então,
eu quero dizer, Ver. Mauro Pinheiro, Vereadores, Vereadoras, que nós temos obrigação,
sim, de ter um conhecimento do que está acontecendo e propor soluções. Nós temos de
ter uma condição, um tipo de burocracia menor e um número de atendimentos maior para as
pessoas que, comprovadamente, não possuam condições de velar e enterrar dignamente os
seus mortos.
Qualquer
família tem esse direito. Nem na guerra se deixam mortos ao abandono. Nós não podemos,
em tempos de paz, permitir que porto-alegrenses, homens, mulheres, jovens, velhos, enfim,
que percam a vida por um motivo ou outro fiquem ao abandono e sem o direito de seus
familiares lhes darem o último adeus.
Esse
registro é um registro sério, muito importante, de muita preocupação e para a qual eu
não tenho uma solução imediata! Não tenho, mas tenho certeza de que nós, o conjunto
dos Vereadores, pensando e examinando a questão e buscando o Ver. Valdir Fraga para um
depoimento, poderemos mudar, de forma importante, esse aspecto tão triste de Porto Alegre
neste momento. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, eu pediria ao Ver. Pedro Ruas, que fez esse depoimento da
tribuna, que, por favor, encaminhe esse expediente à Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana, porque é disso que se trata. A Prefeitura, por
intermédio da SMIC, tem um convênio. Então, acho que, por aí, pode-se começar a
construir a solução.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
Ver. Pedro Ruas.
O
SR. PEDRO RUAS: Agradeço
ao Ver. Toni Proença, ao Ver. Beto Moesch e aos demais Vereadores também, pois tenho
certeza de que esse tema sensibiliza todos, e vou providenciar, a partir deste momento,
esse encaminhamento. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
Feito o registro, voltamos à Pauta.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ontem tive a oportunidade, na
discussão preliminar de Pauta, de assinalar a circunstância de que nós tínhamos
enunciado, em 1ª Sessão, inúmeros projetos de lei de origem do Executivo que tinham a
peculiaridade de ser comuns com a Mesa Diretora da Câmara Municipal, todos eles em
decorrência de ações ainda de 2009. Hoje, retomando esse debate, eu percebo, não com
surpresa, mas com naturalidade, Ver. Presidente, que também, na 1ª Sessão da discussão
preliminar do dia de hoje, temos inúmeros projetos que foram recalcados no ano de 2009.
Isso demonstra, de um lado, como foi tenso, no que diz respeito às tomadas de discussões
altamente meritórias, o término do ano legislativo que passou. Observo que todos esses
projetos, se tivessem sido apregoados quando foram apresentados lá no início de dezembro
de 2009, já estariam hoje até em condições de virem à votação.
(Aparte
antirregimental.)
O
SR. REGINALDO PUJOL:
Inclusive, projeto de Vossa Excelência. Aliás, observo aqui, Vereador-Presidente, o que,
aparentemente, poderia ser uma contradição. O seu colega de Partido, o Ver. Aldacir
Oliboni, propõe, com todo o merecimento, diga-se de passagem, uma homenagem à Companhia
Zaffari Comércio e Indústria, um orgulho dos supermercadistas do Rio Grande do Sul. Eu,
que sempre fui defensor da livre empresa, me sentiria muito à vontade para subscrever
essa proposta junto com V. Excelência. V. Exª, demonstrando que não tem ojeriza ao
lucro nem às atividades empresariais, propôs essa homenagem merecidíssima. Isso
demonstra que V. Exa está. na linha daqueles que sabem que as empresas que se organizam
têm de buscar o resultado positivo, pois, se elas não tiverem o resultado positivo,
quebram, e o Governo tem de sair para socorrê-las, como socorre inúmeros durante o ano.
O que poderia parecer um paradoxo, meu caro Presidente, é que, nessa mesma lista, esse
modesto Vereador propõe a concessão do Diploma de Honra ao Mérito ao Sr. Valdemar
Marcos dos Santos, que V. Exª sabe quem é. Claro que, por Valdemar Marcos dos Santos, V.
Exª não vai identificar o Marquinhos da Tinga. É um pequeno empresário - já não é
tão pequeno assim -, que, da mesma forma de V. Exª, está tendo recompensa pelo trabalho
bem organizado e vem crescendo. Eu almejo que um dia ele possa ser dirigente de uma
empresa do tamanho da Companhia Zaffari, que é um modelo de organização, uma empresa de
grande responsabilidade social, comprometida com grandes eventos da área cultural e da
área social do Município de Porto Alegre; é um dos belos exemplos que esta Cidade tem
de não só registrar como homenagear, até para que prospere o bom exemplo.
Esta
Casa eu tenho certeza de que vai homenagear o Zaffari, concederá, com a rapidez e a
celeridade que o Regimento permite, essa homenagem e o fará por unanimidade. Não creio
que haja alguém aqui nesta Casa capaz de negar esse reconhecimento público a essa
empresa tão bem ajustada ao contexto social da Cidade. Esta Câmara vai dar um belo
exemplo, mostrando que aqui nós estamos todos amadurecendo coletivamente e sabendo que a
realidade do cotidiano supera ranços ideológicos, que, às vezes, podem comprometer o
bom relacionamento e, mais do que isso, a correta apreciação dos fatos sociais que
ocorrem na nossa Cidade.
Hoje,
quando homenageei os trinta anos do PT, disse que eu tinha muita satisfação em saudar o
Presidente Lula, que tinha tido a coragem de mudar, assumindo posições que, algum tempo
atrás, Ver. Ervino Besson, não se acreditava que um petista pudesse assumir quando no
Governo. Aliás, não se acreditava que um petista chegasse a ser Governo! E o competente
Lula chegou e mudou. E hoje, Ver. Brasinha, há uma homenagem aqui a um empresário e a um
grupo empresarial que eu sei que V. Exª defende, porque não é o Carrefour: é a
bandeira gaúcha, a bandeira gaudéria que, na área supermercadista, resiste ao avanço
dessas multinacionais que, lamentavelmente, estão sendo acolhidas pelo contexto nacional.
O Fernando Henrique era meio vacilante, mas agora parece que se abriu total com as
fusões. Nós continuamos com a nossa posição, especialmente defendendo as empresas
locais, os grupos empresariais que têm resultado nos seus negócios e depois investem no
Estado, não levam o nosso dinheiro para gastar fora do País. Chega de tirar o nosso
dinheirinho!
Então,
vamos ficar com o Zaffari, vamos ficar com o Super Kan, vamos ficar com a sua rede de
pequenos que estão ficando grandes pela solidariedade e pela união, o que é muito
importante, e, com isso, vamos ficar com essa pauta, que tem várias homenagens. Inclusive
há uma - obviamente proposta pela Verª Sofia Cavedon - que se dirige a um educador que
corresponde à sua linha de posições, porque, no resto, a Verª Sofia vai evoluir
também; podem crer que, daqui a alguns dias, ela vai entender que o seu mundo cor-de-rosa
está superado e que a realidade que o Lula descobriu ela também vai descobrir um dia.
Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Meu
caro Presidente, meus caros colegas Vereadores e funcionários desta Casa, há pouco eu
fiz um pronunciamento pedindo cuidado, porque vamos entrar num feriadão. E, com muita
tristeza, quero comunicar aos senhores que há pouco, num acidente, vieram a falecer o pai
e a mãe de um colega desta Casa, um colega de Partido que trabalha na Informática, o
Lissandro César Bertaco. São comunicações como esta que nos entristecem, que nos
deixam profundamente abalados. Nosso colega viajou há pouco para Farroupilha, seus pais
vinham de Santa Catarina, quando se envolveram num acidente com um caminhão e vieram a
óbito. Infelizmente, meu querido Presidente, solicitamos, com muita tristeza, em nome da
Casa, neste momento de dor, um minuto de silêncio pelo falecimento dos pais do nosso
colega Lissandro. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
Acolhemos de imediato sua solicitação. Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
façamos um minuto de silêncio pelo falecimento dos pais do Lissandro, funcionário desta
Casa.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Mauro Pinheiro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero apenas comentar sobre a
Pauta. Em primeiro lugar, acho que cinco ou seis Conselhos estão recebendo mudanças na
sua lei. Sei que é resultado de um trabalho coletivo entre Câmara e Prefeitura, mas,
para termos uma avaliação coletiva, conversava aqui com os Vereadores, deveríamos
solicitar uma posição dos referidos Conselhos sobre essa mudança, para podermos,
então, ter uma opinião dos respectivos colegiados. Eu, por exemplo, fiquei interessada
em saber a mudança que está acontecendo no Conselho de Alimentação Escolar. E tem o
Comap, que é o Conselho do funcionalismo municipal, que tem supressão. Com certeza, são
mudanças positivas, mas é importante que a sociedade opine, porque é mudança de
representação social na nossa democracia participativa.
Em
segundo lugar, eu queria fazer o registro do porquê da concessão do Título de Cidadão
de Porto Alegre ao Professor José Clóvis de Azevedo. O Professor José Clóvis é
professor estadual, agora aposentado; ele tem uma carreira que combinou, de maneira muito
bonita e emblemática, a ação militante sindical, o ensino nas escolas e no Ensino
Superior - hoje ele dá aula no IPA - com a reflexão teórica e com a condição de
gestor. Como ninguém, o Professor José Clóvis tem uma ousadia, uma capacidade e uma
coragem de propor ações novas e um compromisso enorme com a Educação. Eu tive o
privilégio de ser Secretaria Adjunta dele no período Raul Pont e de conhecer a sua
simplicidade, a sua humildade e a determinação do Professor José Clóvis na luta pela
educação de qualidade. Os grandes debates que nós tivemos aqui, em seminários
nacionais e internacionais que lotavam a UFRGS - nós chegávamos a fazer duas edições
para dar conta do número de inscritos -, eram, com certeza, resultado dessa capacidade
dele de comandar, de gerir a Educação, de pensar lá na frente.
Todo
o processo de reestruturação curricular da Rede Municipal de Ensino, o processo de
informatização das escolas, a paixão pelas rádios comunitárias, ele fazia um grande
esforço para que as escolas tivessem o seu rádio-poste... Falo de uma visão
transformadora, de uma educação humanitária, de uma educação solidária. Ele deixou
essa marca no CPERS-Sindicato e na Rede Municipal de Ensino. Foi o primeiro Reitor da
UERGS. Falando assim, parece que ele faleceu, mas não, está muito vivo, muito forte, é
Doutor em Educação há um ano e fundou a UERGS no ano de 2002. Fez um trabalho
importante, uma universidade que, em um ano, já tinha multicampi, acho que 16 bases implantadas no Estado
do Rio Grande do Sul, com uma coragem importante, que começava a estabelecer o processo
democrático e de autonomia da universidade, que, infelizmente, ele não pode encaminhar,
porque ficou à frente da universidade apenas um ano ou até pouco menos do que isso. Hoje
a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul é uma universidade que sofre com redução
de recursos, que ainda não elegeu o seu Reitor; uma universidade que já tem sete anos de
existência - isto é ilegal, inclusive - mas que não constituiu a sua autonomia
universitária.
A
concessão do Título de Cidadão de Porto Alegre a ele, que não é daqui, é um
reconhecimento da marca que ele colocou na Educação da cidade de Porto Alegre e na sua
luta estadual, com a UERGS, via CPERS-Sindicato. É muito importante que a gente faça o
reconhecimento não só dos empresários, porque aqui me provoca o Ver. Pujol todo o
tempo: eu não tenho nada contra os empresários, as minhas divergências são com o
modelo capitalista, explorador, concentrador de renda, um modelo que, segundo Boaventura
de Sousa Santos, não é só um modelo injusto, mas também insustentável. É injusto
porque temos um desenvolvimento importante, a nossa crise não é uma crise de produção
de alimentos, como foi na Idade Média, como foi em outros períodos; nós temos alimentos
em abundância e temos um bilhão de pessoas passando fome. Então, o modelo capitalista
não serve para a sobrevivência da humanidade, não serve, não dá conta. Hoje esse
modelo não é só injusto com todos esses pobres, como é insustentável.
Nós
comentávamos, eu e o Ver. Luiz Braz, que nunca vivemos um calorão como este agora em
Porto Alegre, nunca vivemos cheias e mortes por problemas de natureza como estamos
vivendo. Acho que nós lamentamos e marcamos pouco a morte de duzentas mil pessoas de uma
vez só no Haiti - foram duzentas mil pessoas! Nós temos que nos perguntar se esse modelo
predador, se esse modelo que exaspera ao máximo o uso dos recursos da terra, recursos que
a terra nos oferece, serve para a sobrevivência da humanidade. Essa é a minha grande
divergência. O Boaventura diz: É insustentável. Esse sistema não é mais
injusto só para os pobres, ele é insustentável para os pobres e para os ricos! Não
sobreviveremos na Terra se não mudarmos o rumo da produção, do desenvolvimento. Essa é
a minha grande divergência.
Então,
ao lado de vários empresários que aqui estão sendo homenageados, eu quero homenagear um
professor, porque precisamos produzir uma nova cultura através da Educação, que é a
cultura de preservação, que é a cultura de respeito à Terra, à Pachamama, porque o destino de todos nós, da
humanidade, está nas nossas mãos, e mudar esse modelo interessa hoje a todos, não só
aos pobres, miseráveis da terra; interessa à classe média, à classe A, B, C, D, a
todas as classes, porque ninguém restará sobre a Terra se continuarmos nessa lógica.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O
Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Obrigado,
Ver. Mauro Pinheiro. Srs. Vereadores, eu quero enfatizar a importância de debatermos aqui
nesta Casa o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 011/09, porque ele visa a
reforçar a participação da sociedade civil num Conselho extremamente importante para
uma causa que eu defendo com muita força, que é a inclusão das pessoas com
deficiência. E a Verª Sofia colocou que essas alterações dos Conselhos devem ser bem
analisadas por todos os Vereadores, no sentido de fortalecermos e termos cada vez mais
esses Conselhos melhor representados, qualificados, conquistando com isso uma dinâmica,
uma representatividade e uma legitimidade maiores.
Em
relação a essa luta pela inclusão das pessoas com deficiência, ontem eu protocolei
nesta Casa um Requerimento pedindo que seja criada uma Comissão Especial para avaliar e
acompanhar a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Eu tenho
conversado com muitos órgãos públicos, com muitas entidades vinculadas a esse segmento
e percebi uma falha, que, acredito, deve ser o mais breve possível resolvida, que é
exatamente a falta da ação de um serviço público que busque o cadastramento, a
qualificação profissional, a inserção e o acompanhamento da pessoa com deficiência
quando ela for inserida numa vaga de trabalho. Infelizmente, esse serviço hoje, por parte
dos Governos, é precário, e, através dessa Comissão Especial, nós teremos muito mais
força para avaliarmos, estudarmos e elaborarmos uma forma de termos um serviço público
que funcione, garantindo, assim, que tenhamos incluídas, nas vagas oferecidas pela Lei de
Cotas, as pessoas com deficiência, que hoje, em Porto Alegre, correspondem
aproximadamente a 15%.
Outra
questão que essa Comissão também pode apurar com muita qualidade e eficiência é a
questão relacionada ao BPC, que é o Benefício de Progressão Continuada. Ao mesmo tempo
em que criou a Lei de Cotas para garantir a inclusão no mercado de trabalho das pessoas
com deficiência, o Governo Federal, o Congresso, criou a Lei do BPC e, através do
Ministério da Previdência, fornece um salário-mínimo para as famílias que não
recebam, no seu grupo todo, um terço de um salário-mínimo, desde que tenham uma pessoa
com deficiência na sua família. O BPC é só para quem não é apto ao trabalho, mas,
infelizmente, o Ministério da Previdência vem concedendo esse benefício inclusive para
pessoas com deficiência aptas para o trabalho.
Várias
empresas me solicitam pessoas com deficiência para ocupar a Lei de Cotas, várias
empresas anunciam nos jornais, para não serem multadas pela DRT - hoje chamada
Superintendência Regional do Trabalho, que faz a fiscalização da Lei de Cotas -, e não
conseguem pessoas com deficiência e qualificadas para trabalhar. E muitos que eu vou
indicar, porque eu sei que são aptos, têm o benefício, têm o BPC e não querem abrir
mão desse benefício para trabalhar, porque, no momento em que vão trabalhar, deixam de
ser aptos, caso percam o emprego, a receber de novo o BPC. Então, nós temos, através de
lei federal, uma grande vantagem visando à inclusão no mercado de trabalho, mas também,
através de lei federal, nós temos um empecilho, que é o BPC, que hoje por ser fornecido
somente para quem não é apto ao trabalho faz com que um número enorme de pessoas com
deficiências, aptas ao trabalho, mas que têm o BPC, não queiram abrir mão do BPC.
Então,
essa Comissão Especial tem que avaliar, criteriosamente, a forma como o Ministério da
Previdência vem concedendo o BPC, deve estudar uma proposta para alterar essa lei e,
principalmente, construir aqui em Porto Alegre um programa de inclusão para as pessoas
com deficiência no mercado de trabalho que faça exatamente esse processo de
cadastramento, qualificação, inserção e acompanhamento do deficiente no posto de
trabalho. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. RAUL: Minha
saudação ao nosso Ver. Mauro Pinheiro, presidindo os trabalhos; aos Vereadores e
Vereadoras presentes e a todos que nos assistem. Neste momento de Liderança, numa
primeira abordagem, eu gostaria de também me solidarizar e reconhecer o trabalho dos
trinta anos do Partido dos Trabalhadores. A gente teve uma convivência muito grande ao
longo desses trinta anos: eu, como médico concursado da nossa Cidade, aqui do nosso
Estado, logo que me formei pretendia ficar trabalhando na área central, como todo médico
gostaria de ficar, e na época o Partido dos Trabalhadores houve por bem me fazer conhecer
os rincões de Porto Alegre. Primeiro eu fui para a Ilha da Pintada, quando lá não havia
ainda pavimentação, foi uma das nossas lutas lá. Então, liguei-me muito fortemente
àquela comunidade. Depois de um determinado tempo, fui transferido para os limites de
Alvorada, Rubem Berta, São Cristóvão, enfim, e pude conhecer toda a problemática da
nossa Zona Norte da Cidade, do Eixo Baltazar. Isso também me fez um bem muito grande,
como médico, como pessoa ligada à comunidade.
Esse
tipo de ligação com as comunidades carentes muito devo à oportunidade que o Partido dos
Trabalhadores me deu ao me colocar nas divisas da Cidade, para que eu conhecesse a nossa
problemática maior. Assim como eu fiquei, por exemplo, na Vila Areia. Fui transferido
para lá quando a Vila Areia era na entrada da Cidade - um grande conglomerado
populacional. Fui ali para quebrar um galho, vamos dizer assim, por dois ou
três meses. Acabei ficando em torno de oito anos, quando então aquele serviço foi
extinto em função do Projeto Entrada da Cidade. Eu diria que transformei, na época, um
limão numa limonada. Para mim serviu de maneira positiva. Eu sempre militando em lado
oposto, vamos dizer assim, ao Partido dos Trabalhadores, mas sempre lutando pelas causas
sociais. Acho que isso é o processo da democracia. Às vezes os interesses são os
mesmos, e nós temos que lutar para que a democracia cada vez mais consiga aproximar os
Partidos, as pessoas, as ideias, para que possamos avançar como sociedade.
Aqui
foi falado também no Presidente Lula. Eu nunca votei no Presidente Lula. Mas, ao longo do
tempo, é um homem que vem se familiarizando muito e vem prestando um trabalho muito
grande para a sociedade. Inclusive eu gostaria que o PMDB tivesse candidato próprio à
Presidência da República e por que não alguém como o Presidente Lula de
Vice-Presidente nos apoiando? Infelizmente hoje isso ainda não se constitui, mas quem
sabe aconteça, porque a política é dinâmica, ela muda.
Queria
realmente deixar de coração essa minha saudação, esse meu reconhecimento ao Partido
dos Trabalhadores e dizer que muitas forças na política acabam se unindo para o bem
comum. E nós estamos sempre com o objetivo de nos unir para o bem comum, para que a
melhoria social aconteça de uma maneira mais rápida e mais dinâmica.
Gostaria
também de informar que estamos num processo de rápido avanço em relação à UPA da
Zona Norte, do Eixo Baltazar, para que, nos próximos meses, se materialize, ali no Centro
Vida, esse serviço de tanta importância para a nossa Cidade, pois vai atender de
quatrocentas a quinhentas pessoas diariamente, fazendo com que o nosso Hospital
Conceição tenha a sua Emergência desafogada, entre os outros hospitais da Cidade.
Para
concluir, quero deixar, da parte do PMDB, já que hoje estou falando em nome da
Liderança, o nosso abraço e a nossa fraterna consideração ao Partido dos
Trabalhadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h23min.)
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